Os Estados Unidos é reconhecidamente o país que mais investes em sua força militar. Não há dúvidas com relação a isso. Especialmente se levarmos em conta que a maioria das 10 bombas mais poderosas do mundo são norte-americanas. Porém, há um ramo dentro das Forças Armadas que recebe especial atenção: a Marinha. O ápice desse investimento se concentra nos gigantescos porta-aviões.
Essas estruturas colossais que se movimentam pelos mares são verdadeiras obras da engenharia e tecnologia. Não há como não se impressionar ao conhecer um pouco melhor um porta-aviões dos Estados Unidos. Isso acontece principalmente porque o país leva muito a sério qualquer questão que envolva a guerra e segurança. Afinal, a nação esteve presente nos maiores conflitos armados que aconteceram no globo.
É por isso que hoje vamos conhecer como é um porta-aviões por dentro. Porém, não estamos falando de uma embarcação qualquer. Trata-se do USS Ford, o mais recente e o mais caro porta-aviões que a Marinha dos Estados Unidos já construiu. Na verdade, esse é o porta-aviões mais caro de todo o mundo. Vamos tentar detalhar todos os aspectos dessa gigantesca estrutura e explicar porque ela é a “cereja do bolo” das Forças Armadas americanas.
O nascimento do USS Ford
O USS Ford, formalmente conhecido como USS Gerald R. Ford (CVN-78), é o líder de sua classe. Na Marinha dos Estados Unidos, cada porta-aviões pertence a uma categoria, que define o seu tamanho e aplicações. A classe Ford, inaugurado por esse exemplar gigantesco, contempla o que é chamado de super-porta-aviões nucleares. Ou seja: a nata das Forças Armadas americanas. O foco, como é possível ver nas imagens, é a guerra total e preparação para os maiores conflitos.
Esse porta-aviões foi encomendado no longínquo ano de 2006, mas sua construção havia começado um ano antes. O lançamento previsto estava para acontecer em 2009 e sua integração com a Marinha agendada para 2016. O USS Ford veio para substituir o USS Enterprise (CVN-65), até então o maior porta-aviões dos Estados Unidos. O modelo estava em circulação há 51 anos e foi aposentado em dezembro de 2012.
O nome do USS Ford foi dado em homenagem a Gerald R. Ford (1913-2006), o trigésimo-oitavo presidente dos Estados Unidos. Infelizmente, o ex-presidente não permaneceu vivo para ver o porta-aviões mais caro do mundo entrar em funcionamento. Até novembro de 2016, os testes com essa embarcação ainda não haviam finalizado, embora estivessem quase completados.
Por dentro desse porta-aviões
O USS Ford não surpreende apenas por ser o mais caro já construído no mundo. Suas dimensões também são assustadoras. O porta-aviões tem nada menos do que 337 metros de comprimento e largura que varia de 41 a 78 metros. A parte mais alta possui 76 metros de altura. Quando totalmente abastecido, com pessoas, mantimentos e aeronaves para transporte, o USS Ford é capaz de transportar incríveis 100 mil toneladas.
No total, o deck gigantesco do USS Ford é capaz de levar mais de 75 aeronaves. A capacidade de tripulantes supera até mesmo algumas pequenas cidades: 4.660 pessoas para operar esse porta-aviões. Infelzimente naõ encontramos informações de como os compartimentos internos estão divididos/organizados. Porém, ao carregar tudo isso, esse gigante dos mares é capaz de navegar a uma velocidade de 30 nós, ou 56 km/h. Parece pouco se levarmos em conta as marcas alcançadas por alguns veículos aéreos e terrestres. Mas é bastante se levarmos em conta que estamos falando de um porta-aviões gigantesco.
De acordo com estimativas, espera-se que o USS Ford permanece em funcionamento por pelo menos 25 anos. Essa infelizmente é uma marca que não surpreendente tanto assim. Afinal, o antecessor, o USS Enterprise, ficou ativo por mais de 50 anos. Porém, se esse porta-aviões não se envolver em nenhuma guerra, é provável que esse tempo de vida aumente consideravelmente.
As armas de defesa do USS Ford
Como era de se esperar, o USS Ford é armado até os dentes. Além das inúmeras espaçonaves que podem fazer a segurança aérea, o porta-aviões possui suas próprias armas de defesa. São basicamente três tipos de armamentos: o AIM-7 Sparrow, o RIM-116 Rolling Airframe Missile e o CIWS (Close-in Weapon System). Cada um deles tem funções definidas e devem ser usados em momentos específicos.
O AIM-7 Sparrow é um míssil guiado por radar. A sua principal função é a de defesa aérea, já que é geralmente utilizado para abater caças inimigos. Porém, também pode ser usado para mirar alvos fixos, como outros porta-aviões e navios de médio/grande porte. Já o RIM-116 Rolling Airframe Missile é aquela estrutura que estamos acostumados a ver em grandes embarcações de guerra.
Trata-se de um lançador de mísseis de pequeno porte que utiliza infravermelho como sistema de direcionamento. É por isso que o RIM-116 é usado principalmente para defesa, abatendo caças que se aproxime demais do porta-aviões. E finalmente o CIWS é a última camada de defesa dessa gigantesca estrutura e é usado para atacar elementos a curta distância. Trata-se de uma metralhadora guiada manualmente para atingir alvo que estejam se aproximando ou mísseis enviados na direção da embarcação.
As armas de ataque do USS Ford
Como você deve ter reparado, as armas instaladas no USS Ford são usadas basicamente para defesa. Para realizar ataques – até mesmo com armas nucleares –, o porta-aviões utiliza os caças que estacionam em seu gigantesco deck. Porém, isso não significa que a embarcação serve apenas como um pit-stop para os pilotos. Há muita tecnologia para fazer com que as investidas sejam realmente eficientes.
A tecnologia mais interessante é a catapulta a eletromagnetismo que é usada para lançar os caças no ar. Chamado de EMALS (Electromagnetic Aircraft Launch System), o sistema já foi testado em terra e usa uma dose controlada de energia eletromagnética para acelerar os aviões na medida certa. Para poder alcançar a velocidade de voo, os aviões geralmente recebiam a propulsão através de um mecanismo a vapor.
Contudo, esse método já é muito antigo (usado há mais de 60 anos) e exige uma área de decolagem muito maior. Com o uso do EMALS, os caças podem voar muito mais rapidamente, concretizando os ataques planejados pelos generais e comandantes que estiverem no porta-aviões. Juntamente com os sistemas de defesa da embarcação, temos uma estrutura que não peca em nenhum aspecto, atacando e defendendo na medida certa.
Preço do USS Ford
Depois de falarmos de todas essas características do USS Ford, está na hora de informarmos quanto custou essa brincadeira. De acordo com o próprio governo norte-americano, esse porta-aviões custou nada menos que US$ 12,8 bilhões ou R$ 44,3 bilhões em conversão direta para a nossa moeda. Porém, os gastos não pararam por aí.
Ainda de acordo com as Forças Armadas, foi gasto um montante de aproximadamente US$ 4,7 bilhões (ou R$ 16,3 bilhões) em pesquisa e desenvolvimento (tradução para a sigla R&D). Ou seja: somando tudo o que foi gasto, temos um porta-aviões que custou nada menos que US$ 17,5 bilhões (ou R$ 60,5 bilhões) para os cofres dos Estados Unidos.
Essa é a seriedade com a qual o país trata as suas Forças Armadas, em especial a Marinha. O investimento resultou no porta-aviões mais caro que o mundo já viu. Com o USS Ford, os Estados Unidos não têm o que temer e provavelmente pode entrar em uma guerra sem medo de ser o mais prejudicado. Afinal, quem teria coragem de enfrentar esse gigante de aço?
