Afinal: celular causa câncer?

06/03/2018

É sabido que o telefone celular emite radiação eletromagnética e que uns dizem que causam problemas e outros dizem que não causam.

A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer disse que a radiofrequência eletromagnética pode ser cancerígena aos humanos. Os resultados foram parecidos com um estudo feito pelo Jornal da Sociedade Americana de Oncologia em 2009.

No final de 2017, o Departamento de Saúde Pública da Califórnia, nos Estados Unidos (CDPH) emitiu uma advertência contra os perigos da radiação do celular.

O CDPH pede que as pessoas diminuam o uso desses dispositivos e sugere manter distância quando possível. “Embora a ciência ainda esteja evoluindo, há preocupação de alguns profissionais da saúde pública em relação à exposição em longo prazo e alto uso da energia emitida por telefones celulares”, disse a Dra. Karen Smith, diretora do CDPH.

A Dra. Devra Davis, autora do livro Disconnect: A verdade sobre a radiação do telefone celular, o que a indústria está fazendo para escondê-la e como proteger sua família traz algumas dicas para fugir da radiação do celular.

Se você tem costume de dormir com o celular do lado, repense. É aconselhável que o telefone fique em modo avião ou desligado. Caso você dependa de ligações durante a noite, quanto mais longe o aparelho ficar, melhor.

Em 2016, o professor da UC Berkeley, Joel Moskowitz, processou o Estado para que o Departamento de Saúde Pública divulgasse as descobertas feitas no estudo de 2009, depois que ele começou a examinar se o uso de telefones celulares aumentava o risco de tumores.

Um rascunho do documento foi lançado em março de 2017, mas a versão final é mais extensa.

“Os fabricantes de celulares querem que você mantenha uma distância mínima entre seu corpo e é você quem deve descobrir qual é essa distância”, disse Moskowitz a uma estação de rádio local, logo após a liberação do rascunho. “Se você mantiver o dispositivo perto de seu corpo, você excederá os limites de segurança fornecidos pela FCC”.

Segundo a Dr. Davis, nosso corpo absorve radiação de acordo com a distância. Isso vale para crianças que tem ossos mais finos que não são tão eficazes na proteção da radiação vinda do celular. Ela sugere que as crianças usem fones de ouvido para ficarem longe do aparelho.

De acordo com o site da Comissão Federal de Comunicação (FCC), não existe um padrão nacional desenvolvido para os limites de segurança. No entanto, a agência exige que os fabricantes de telefones celulares assegurem que todos os telefones atendam aos “limites objetivos para uma exposição segura”.

O CDPH recomenda não falar por muito tempo no telefone mantendo o uso baixo principalmente se houver duas barras ou menos de sinal. Quanto menos sinal, mais “força” o celular faz para buscar torre e mais radiação ele libera. Outra recomendação é não ficar com a parte de trás do telefone encostada no corpo. Segundo estudos, essa parte libera mais radiação.

Outras organizações alertaram sobre os perigos da exposição à radiação do telefone celular, incluindo o Departamento de Saúde Pública de do estado americano de Connecticut, que emitiu recomendações semelhantes em maio de 2015.

A Dra. Davis também sugere que as ligações feitas com aparelhos celulares se limitem a dez minutos ou menos. Caso a conversa projete-se ser mais longa, o indicado é usar uma linha fixa. Ela também fala que trocar o telefone de lado, ora na direita, ora na esquerda e não colocá-lo diretamente na orelha. A maioria dos celulares emite mais radiação no começo das ligações quando a conexão está sendo estabelecida.

No entanto, Moskowitz mantém que a maioria das agências estatais e federais de saúde não seguiram as indicações da pesquisa. “A preponderância da pesquisa indica que a radiação do telefone celular representa um grande risco para a saúde”, disse ele em um comunicado.

Em contra partida, Salvatore Insinga, neurocirurgião do Instituto Northwell de Neurociência  em Manhasset, Nova Iorque, diz que não há dados suficientes que sugiram que as pessoas diminuam o uso do celular. E a FCC não consegue endossar essas práticas e afirma que “nenhuma evidência científica atualmente estabelece um vínculo definitivo entre o uso de dispositivos sem fio e o câncer”.