Durante os séculos, o ser humano fez diversas descobertas arqueológicas impressionantes. Graças a isso, pudemos conhecer melhor o nosso passado e entender alguns mistérios que ainda não foram muito bem resolvidos. Os achados mais interessantes geralmente estão associados a fósseis e ossadas que encontramos em lugares remotos. Lugares bem distantes da civilização e longe da ação predatória do ser humano.
Porém, em meio a tantas descobertas impressionantes, há algumas que se destacam. Não por causa de sua importância para a história, mas por conta da falácia arquitetada por alguns. Durante anos, algumas fraudes arqueológicas também foram descobertas, colocando em cheque a credibilidade de alguns achados.
Será que podemos confiar em tudo o que é noticiado nos jornais? Esse é o questionamento que levantamos ao listar as maiores fraudes arqueológicas da história. Quantas outras mentiras contaram para a gente durante os séculos? Provavelmente jamais descobriremos. Mas temos uma lista de mentiras que deve surpreender aqueles que geralmente acreditam em tudo.
1. A Múmia de Mississipi
Algumas fraudes arqueológicas enganaram as pessoas durante anos. Esse é o caso da Múmia de Mississipi, um artefato que ficou em exibição no Departamento de Arquivos e História do estado norte-americano por décadas. A peça, supostos restos mortais de uma múmia egípcia, foi adquirida juntamente com a coleção de um coronel que havia falecido em 1920.
Em 1969, um estudante de medicina pediu ao Departamento que guardava a múmia para fazer um estudo sobre evidências de doenças em restos humanos. A permissão foi concedida e a peça foi levada até ao centro médico da Universidade de Mississipi. Lá, uma descoberta impressionante: boa parte das costelas de múmia era composta de ossos animais e diversas unhas eram sustentadas por uma estrutura de madeira.
Descoberta a fraude, a Múmia de Mississipi, já bastante conhecida, acabou se tornando ainda mais famosa. Hoje ela está armazenada em um museu antigo na cidade de Jackson, e desperta a curiosidade de colecionadores que estão dispostos a gastar uma boa grana por essa peça que enganou muitos durante décadas.
2. A Tiara de Saitafernes
Uma peça totalmente construída em ouro, medindo 18 centímetros e pesando meio quilo. Essa é a descrição da Tiara de Saitafernes, um artefato que foi adquirido pelo Louvre no dia 1º de abril de 1896. No final das contas, o conhecido museu francês acabou descobrindo que a data da compra não era mera coincidência. O dia da mentira acabou ficando gravado na memória dos compradores.
Isso porque, tão logo o Louvre anunciou a aquisição da peça, um arqueólogo alemão questionou a sua autenticidade. O pesquisador apontou divergências com relação ao estilo das gravuras e a ausência de marcas e sinais de envelhecimento. Afinal, estamos falando de uma peça que teria representado eventos ocorridos entre os séculos 2 e 3 a.C. O museu, entretanto, defendeu o seu tesouro alegando que a pela era legítima.
Porém, Israel Rouchomovski, um habilidoso ourives russo, acabou identificando a peça como de sua autoria. De acordo com seu relato, a tiara havia sido encomendada por um amigo arqueólogo como um presente. Ele até mesmo mostrou os livros de história usados como inspiração para desenhar aquelas gravuras. Hoje, a Tiara de Saitafernes está exposta no “Salão de Fraudes”, junto com outras oito cópias da Mona Lisa e outras fraudes arqueológicas.
3. A Múmia de Rhodugune
Mais uma múmia que enganou dezenas de pessoas durante anos. Descoberta em 2000, após um terremoto no Paquistão, a peça representava o corpo de uma mulher e estava localizada no interior de um sarcófago de madeira protegido por um caixão de pedra. A parte curiosa, entretanto, estava por vir. Na parte do peito, a múmia trazia uma placa de ouro que dizia seu nome, Rhodugune, e seu título: filha do grande Rei Xerxes.
Isso já foi o suficiente para causar uma grande comoção entre os historiadores. A peça ainda possuía algumas características presente em múmias egípcias, como órgãos internos removidos e a cobertura característica dada pelo povo do Egito. No auge dessa descoberta, a chamada Múmia de Rhodugune chegou a ser anunciada no mercado negro por impressionantes US$ 6 milhões.
Porém, uma investigação minuciosa acabou descobrindo que essa era mais uma fraude arqueológica. Pesquisadores notaram erros gramaticais nas inscrições e algumas peculiaridades na forma como a suposta princesa havia sido mumificada. Para colocar um ponto final nessa história, exames de raios-X e tomografias revelaram que a Múmia de Rhodugune era muito mais recente do que esperava. Na verdade, a conclusão foi a de que os restos mortais pertenciam a uma pobre moça que provavelmente havia sido assassinada para a criação dessa farsa.
4. Archaeoraptor
Descoberto em 1999, o Archaeoraptor liaoningensis é um fóssil que foi considerado durante anos o elo perdido entre os dinossauros e as aves. Impressionante, não é mesmo? O achado chegou a ser publicado em diversas revistas científicas de renome, como a National Geographic e tantas outras. Até mesmo uma descrição minuciosa desse animal pré-histórico que teria vivido há 125 milhões de anos foi criada:
“Com os braços de um pássaro primitivo e a cauda de um dinossauro, esta criatura encontrada na província de Liaoning, na China, é um verdadeiro elo que falta na cadeia complexa que conecta os dinossauros às aves. Os cientistas financiados pela National Geographic estudaram o animal, chamado Archaeoraptor liaoningensis, sob luz ultravioleta e utilizaram tomografia computadorizada para ver as partes do animal obscurecidas pela rocha. Estudos preliminares dos braços sugerem que era um voador melhor do que o Archaeopteryx, a primeira ave conhecida. Sua cauda, no entanto, é muito semelhante às caudas rígidas de uma família de dinossauros predadores chamada dromaeosaurus. Esta combinação de características avançadas e primitivas é exatamente o que os cientistas esperariam encontrar em dinossauros experimentando o voo.”
No final das contas, descobriram que o fóssil teve partes montadas. Ou seja, era mais uma das fraudes arqueológicas. O objetivo era fazer com que ele se tornasse mais valioso para os colecionadores. Os fraudadores usaram o corpo de uma ave e os restos de um fóssil de dinossauro, enganando uma das revistas mais importantes para a ciência moderna.
5. A sereia de Fiji
A existência de sereias é um assunto bastante discutido até hoje. Ainda não foi comprovada a existência dessa criatura que é metade mulher e metade peixe. Porém, isso quase foi declarado verdade com a descoberta de um suposto pesquisador inglês que encontrou, ainda no século 19, o corpo de uma sereia capturado próximo à ilha Fiji, na Oceania.
Impressionado com essa descoberta, o dono de um museu convidou o pesquisador a expor esse achado na Broadway. Como resultado, multidões pagaram para ver o fóssil dessa sereia. Porém, como muitos já desconfiavam, o pesquisador na verdade era um médico fraudador que enganou milhares de pessoas com essa sua criação macabra. Até aqui alguma novidade?
A suposta sereia era, na verdade, composto pelo torso e crânio de um macaco costurado ao corpo de um peixe. Toda a estrutura foi coberta com papel machê para dar aquela cara de uma descoberta científica. Entretanto, tudo não passou de mais uma das várias fraudes arqueológicas que enganaram muitas pessoas ao longo dos séculos.