A Ford é uma das fabricantes de carros mais importantes do mundo. Entre os modelos mais populares da marca no Brasil, podemos mencionar o Ka, o Fiesta, o Focus, o Fusion, o EcoEsport e clássicos como Belina, Del Rey, Verona e Mustang. Porém, por trás dessa empresa gigante e influente há um único nome: Henry Ford.
O engenheiro, autor e empreendedor norte-americano foi o fundador da Ford Motor Componay. Ele nasceu em 1863 na cidade Springwells, Michgan, Estados Unidos. Faleceu 83 anos depois em Dearborn, cidade do mesmo estado americano, deixando um legado que até hoje é lembrado e respeitado por diversos segmentos da indústria, além da automobilística.
Henry Ford não ficou mundialmente conhecido apenas por causa de sua empresa. Ele também foi o responsável por implementar o conceito de montagem em série. Graças a esse sistema, foi possível produzir carros em grande quantidade pela primeira vez na história. Esse conceito de linha de montagem hoje é conhecido como “fordismo”.
Negação para a fazenda
O criador da Ford nasceu em uma fazenda a oeste de Detroit. O pai, Willian Ford, e a mãe, Mary Litogot Ford, eram trabalhadores rurais e esperavam que seus filhos seguissem o mesmo caminho. Durante sua infância, Henry Ford já demonstrava não ter muito interesse na vida campestre e sua paixão por máquinas. Além disso, ele considerava extremamente importante diminuir o trabalho manual para manter a fazenda.
Foi ali morando com os pais que Henry Ford deu os primeiros passos como engenheiro mecânico. Depois da morte de sua mãe em 1876, seu pai esperava que ele pudesse assumir o comando da fazendo no futuro. Porém, o jovem já tinha outros objetivos em mente, o que ficou muito claro em uma frase que ele eternizou em um de seus livros: “Eu nunca tive qualquer amor especial pela fazenda — era a mãe na fazenda que eu amava”.
A partir dos 15 anos, Ford era conhecido por causa de sua capacidade em reparar relógios. No ano seguinte, deixou a casa do pai e foi para Detroit trabalhar como aprendiz de máquinas. Depois de passar por diversas empresas do ramo, seu interesse finalmente se concentrou nos motores. Aos 21 anos já tinha construído o seu primeiro modelo, movido à gasolina. Mas foi somente depois de muitas derrotas, com 40 anos de idade, que Henry Ford fundou a Ford Motor Company.
Pacifista com empatia ao nazismo
Apesar de sua história de brilhantismo, a vida de Henry Ford esconde alguns detalhes um tanto quanto controversos. Pacifista, o empreendedor era um cristão episcopal e totalmente avesso às guerras. Para ele, guerrear era uma enorme perda de tempo. Em 1915, ele até mesmo se engajou em uma campanha para enviar uma “missão de paz” para a Europa, o que não freou a Primeira Guerra Mundial.
Embora acreditasse na paz, Ford tinha certa empatia com o movimento nazista. Isso porque ele era assumidamente antissemita e até havia lançado um livro sobre o assunto. “O Judeu Internacional”, traduzido para diversos idiomas, expunha sua teoria de que os judeus tinham planos para dominar o mundo.
Proprietária do jornal “The Deadborn Independent”, Ford frequentemente publicava artigos expondo sua opinião a respeito dos hebreus. O seu livro é, basicamente, uma compilação de todas essas publicações. O ponto mais alto de toda a controvérsia foi o prêmio que Henry Ford recebeu das mãos do próprio Adolf Hitler. O americano foi condecorado pelo nazista com a Ordem de Mérito da Água Alemã em 1938, um ano antes de a Segunda Guerra estourar.
Henry Ford e a Alemanha nazista
Henry Ford não apenas foi condecorado com a honra máxima para estrangeiros da Alemanha, como também foi citado por Hitler em seu livro. Na obra “Mein Kampf” — ou “Minha Luta” –, o líder nazista fez uma dedicatória para o industrial norte-americano. Conta-se, inclusive, que o ditador possuía uma foto do ídolo pendurado na parede de seu escritório em Munique.
Aliás, Henry Ford foi o único americano mencionado no livro do nazista. No julgamento póstumo de Adolf Hitler, um dos oficiais alemães do ditador disse que os artigos do empreendedor americano foram essenciais para que o Terceiro Reich fosse colocado em prática. Até hoje esse assunto desperta atenção por conta a polêmica.
Tanta afinidade fez com que Ford instalasse várias plantas de fabricação de automóveis antes de a guerra estourar. E não eram apenas carros de passeio. Veículos militares, aqueles mesmos usados para matar diversos norte-americanos, saíram das fábricas de Henry Ford.
Vira casaca?
Não há como negar que Henry Ford lucrou muito com a guerra. Entre os anos 1938 e 1945, a marca mais do que dobrou de tamanho, mesmo que os Estados Unidos estivessem em guerra contra a Alemanha desde 1941. Apesar disso, o governo americano não impediu que alguns empresários negociassem com a nação inimiga, especialmente quando havia uma grande quantia de dinheiro envolvida.
Durante determinado período, a Ford forneceu sozinha cerca de um terço de todos os caminhões da frota nazista. Isso nos faz levantar uma dúvida: será que Henry Ford era a favor do regime implantado por Adolf Hitler? Será que o ódio pelo judeus o faria troca de nação e começar a batalhar diretamente contra seu próprio país?
Henry Ford é mundialmente conhecido e lembrado por causa do sistema de produção em massa, do fordismo e de modelos como o Ford T. Porém, muitos também se esquecem dessa mancha no passado do empresário americano. O que será que teria acontecido com Ford caso Adolf Hitler ganhasse a guerra? Será que ainda teríamos a fabricante de automóveis como a conhecemos hoje?