10 fatos sobre zumbis no mundo dos insetos – Parte 1

05/05/2016

Nos últimos tempos temos acompanhado filmes e teorias sobre um possível apocalipse zumbi. Enquanto uns consideram o apocalipse zumbi apenas um produto da ficção, outros acreditam que é evento próximo de acontecer!

No entanto a natureza já está a dois passos à frente de nós quando se trata de zumbis. Estamos falando sobre alguns casos bizarros de controle da mente em animais e insetos.

Na primeira parte deste post vou compartilhar 5 dos 10 fatos de zumbis comprovados no mundo dos insetos e organismos das formas mais fascinantes possíveis, onde parasitárias assumem a o controle da mente de seus hospedeiros.

1. Caracol

O verme parasita Leucochloridium paradoxum entra em um caracol, promove uma transformação física no gastrópode (mesmo grupo das lesmas e nudibrânquios) e o leva a cometer suicídio. Tudo para assegurar a continuidade da espécie. Mas como isso é possível?

caracol-zumbi-Thomas-Hahmann-Creative-Commons

Primeiro, um caracol come os excrementos de um pássaro infectado com ovos de Leucochloridium paradoxum. Quando os ovos eclodem, os vermes seguem para os tentáculos oculares da vítima. É possível ver a movimentação dentro do corpo do caracol. Os parasitas, que se parecem com grandes cones inchados e pulsantes, passam a controlar o cérebro de seu hospedeiro.

O caracol segue, como se estivesse hipnotizado, em direção às plantas mais altas, em busca da luz (normalmente prefere lugares sombreados). Exposto, ele está condenado.

No topo das árvores, o caracol é facilmente observado. Seus tentáculos pulsantes chamam a atenção das aves como se fossem um letreiro de fast food. A forma dos vermes confundem os predadores que acham que estão diante de uma larva, uma iguaria muito apreciada entre os pássaros.

Quando o caracol é consumido, o parasita entra no trato digestivo da ave e se desenvolve até a fase adulta. O verme libera os ovos que serão expelidos junto com os excrementos do hospedeiro.

Os ovos caem em uma folha e serão ingeridos pelo caracol que se alimentar dos excrementos da ave infectada. O ciclo de vida do Leucochloridium paradoxum está completo, e uma nova geração de vermes pode seguir controlando as mentes de caracóis indefesos.

Veja o vídeo que mostra todo o processo

2. Formiga Gigante

Estas formigas gigantes vivem na floresta da América Central, e fazem seus ninhos nas copas das árvores mais altas, cerca de 40 metros do chão. Infectadas pelo verme Myrmeconema neotropicum, ficam imóveis no chão, mudam de cor e, exibindo os ovos do parasita, serão devoradas por um pássaro, que espalhará as larvas do nematóide.

formiga-gigante

O nematóide então infecta o pássaro e coloca mais ovos, que são deixados em suas fezes e comido por outra colônia de formigas em uma parte diferente da floresta, espalhando o parasita.

3. Tatuzinho de Jardim

Parasitas que forçadamente mudam o comportamento de seus hospedeiros o fazem por uma de duas razões – ou para proteger o hospedeiro, ou para torná-lo mais vulnerável para que o parasita possa continuar seu ciclo de vida em outra espécie. Os vermes Acanthocephala seguem a segunda opção, transformando várias espécies – especialmente os tatuzinhos de jardim – em veículos irracionais que irão levá-los para os seus verdadeiros anfitriões – os estorninhos europeus.

tatuzinho-de-jardim

Os tatuzinhos de jardim gostam de espaços escuros e úmidos, no verão, provavelmente você verá uma dúzia dessas criaturinhas fugindo da luz. Mas quando eles são infectados com acantocéfalo, fazem o oposto e se tornam positivamente fototáxicos, ou atraídos para a luz, uma receita definitiva para a morte. E o mais bizarro, é que o parasita faz os tatuzinhos de jardim preferirem superfícies mais leves, o que torna mais fácil para os estorninhos identificá-los de cima. O parasita desliga todos os mecanismos de defesa dos tatuzinhos de jardim e os leva a ambientes perigosos.

4. Gafanhotos e Formigas

Parasita: Strepsiptera Myrmecolacidae

Compreende 300 espécies descritas. Os machos tem asas e são de vida livre; as fêmeas não apresentam asas e são geralmente parasitas. Antenas frequentemente com processos alongados nos “artículos”; asas anteriores reduzidas a estrutura em forma de clava que lembram os alteres dos Diptera; asas posteriores amplas e membranosas, com nervação reduzida. Fêmeas das espécies de vida livre apresentam cabeça distinta, antenas simples, peças bucais mastigadoras e olhos compostos. As fêmeas das espécies parasitas são larviformes, usualmente sem olhos, antenas e pernas; segmentação do corpo indistinta. Metamorfose completa.

gafanhoto

A maioria desses animais diminutos insetos é parasita de outros insetos. As fêmeas de estrépsíteros liberam vários milhares de diminutas larvas que escapam do corpo de sua mãe e invadem o solo e a vegetação. Essas larvas denominadas triungulinos, apresentam olhos e pernas bem desenvolvidos. As larvas das espécies parasitas localizam um inseto hospedeiro e penetram nele, onde sofrem muda dando origem a um estágio vermiforme sem pernas, que se alimenta na cavidade do corpo do hospedeiro. A transformação em pupa também ocorre no corpo do hospedeiro.

5. Abelhas

As centenas de espécies de moscas Apocephalus são conhecidas pelas ‘atrocidades’ cometidas contra outros insetos. A maioria ataca formigas, nas quais deposita seus ovos. Quando atinge a fase de larva, a mosca parasita passa a devorar a formiga hospedeira. As formigas chegam a carregar por semanas a descendência das moscas, e durante este tempo andam sem rumo, como zumbis. Pesquisadores americanos observaram, pela primeira vez, que as abelhas também são vítimas das temidas Apocephalus, mais especificamente da Apocephalus borealis.

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Segundo um estudo publicado na última edição da revista PLoS ONE, as larvas da mosca fazem as abelhas domésticas abandonarem suas colmeias, causa desorientação e provoca por fim a sua morte. Segundo biólogos, a descoberta pode ajudar a determinar as causas do desaparecimento maciço das abelhas, um fenômeno conhecido como “desordem de colapso de colônia”.

Este misterioso fenômeno descrito em 2006 dizimou as populações de abelhas domésticas nos Estados Unidos, onde desempenham um papel fundamenta para a agricultura, polinizando uma série de culturas.

A infecção de uma colmeia começa quando uma mosca deposita seus ovos no abdome de uma abelha. Uma vez infectada por parasitas, as abelhas abandonam suas colmeias para se reunir perto de fontes de luz. “Observamos que as abelhas infectadas começam a dar voltas sem nenhum sentido ou orientação”, disse Andrew Core, também pesquisador da Universidade Estadual de San Francisco, o principal autor destes estudos.

No próximo post terminaremos esta lista incrível, e se você conhece outro caso zumbi entre insetos ou outros seres vivos, nos envie sua colaboração no email [email protected]. Caso sua colaboração seja aceita, teremos o maior prazer de incluir na parte dois deste post.

Fontes Listverse / Veja Abril / O Mundo dos Insetos / Espaço Animal