A polêmica da gripe e a vacina de controle populacional

18/11/2016
Os tipos de vírus e sua transmissão

A gripe é uma das doenças mais comuns da atualidade. Em todo o mundo, são 5 milhões de casos graves todos os anos. Desses, cerca de 500 mil resultam em mortes. Essa situação tende a se intensificar bastante durante determinadas épocas do ano, especialmente no inverno ou épocas de frio. Durante esses períodos, o número de mortos pode facilmente alcançar a casa de milhões.

Mas por que a gripe, sendo uma doença tão antiga (o nome “gripe” foi usado pela primeira vez em 1694), ainda não foi completamente erradicada pelo homem? Afinal, já conseguimos nos livrar de males gravíssimos, como a catapora, a difteria e a pólio. Por que ainda não conseguimos fazer isso com a gripe? Entenda como essa doença atinge o ser humano e por que ela ainda vai continuar incomodando a gente por um bom tempo.

Como funciona a transmissão da gripe

A gripe é transmitida através de gotículas de espirros ou tosse que entram em contanto com as vias respiratórias. Ou seja: se você respira, pode estar suscetível a contrair a doença. Especialmente se alguém espirrar ou dar aquela tossida brava perto de você.

Uma que vez que o vírus entra em contrato com o organismo ele infecta as células, deixando-as literalmente doentes. O tempo de incubação do vírus é de três a cinco dias. Porém, o tempo de transmissão do vírus é de 14 dias em crianças e sete dias em adultos. Ou seja, o vírus permanece durante muito tempo no ambiente antes de “morrer” sozinho.

Outra forma bastante comum de se transmitir gripe é através das mãos. Sim, através das mãos. As mesmas gotículas que se espalham pelo ar durante a tosse ou espirro podem ficar impregnadas na pele. Assim, o contato dos vírus com vias aéreas pode levar a contaminação.

É por isso que, a partir de 2009, criou-se o hábito de usar álcool gel nas mãos. Alguns lugares até instalaram aqueles mecanismos para liberar uma pequena quantidade da substância. Quem não se lembra da procura insana por esse produto nos supermercados e farmácias de todo o Brasil há alguns anos? Usando o álcool em gel (preferencialmente o de proporção alcoólica de 70%) diminui-se a chance de transmissão da gripe, o que explica o comportamento humano de fazer isso com frequência.

Transmissão dos tipos de gripe

Pandemias de gripe

Durante a nossa história, diversos casos de gripe preocuparam a humanidade. Porém, embora diversas pandemias tenham acontecido ao longo dos anos, poucas foram devidamente registradas. A mais conhecida definitivamente é a gripe espanhola. Estima-se que durante o período em que esteve ativa, essa doença tenha levado para o túmulo cerca de 5% da população mundial.

Parece pouco? Pois saiba que naquela época 5% representava mais de 100 milhões de pessoas. Se a gripe espanhola tivesse acontecido nos dias atuais, teria matado cerca de 350 milhões de pessoas. Isso é muito mais do que a Segunda Guerra Mundial, que levou para o túmulo algo em torno de 80 milhões de vítimas.

O problema da gripe espanhola não era necessariamente a sua gravidade. Isso porque a doença tinha um quadro clínico relativamente simples de ser tratado. O que levou essa praga a se espalhar pelo mundo todo foi a facilidade do contágio. Já as mortes aconteceram por causa das más condições de quem vivia naquela época. Condições bastante parecidas com aquelas que encontrávamos na Idade Média.

Porém, outras gripes merecem destaque entre as pandemias que assolaram a humanidade. A gripe asiática, que esteve presente entre 1957 e 1958, matou quase 1,5 milhão de pessoas. A gripe de Hong Kong (1968-1969) fez cerca de 1 milhão de vítimas. Já a gripe suína, uma das mais recentes, matou cerca de 400 mil pessoas, mas assustou muito as autoridades de vários países.

Os tipos de vírus e sua transmissão
Vírua da gripe visto por um microscópio de alta resolução

Os sintomas da gripe e o seu tratamento

O sintoma mais comum é a febre alta. Entretanto, ela pode vir acompanhada de tosse, muita dor muscular e forte dor de cabeça. Há casos em que também há dor na garganta, olhos e o tradicional (e incômodo) nariz escorrendo. A principal complicação do vírus Influenza é a pneumonia, que pode levar a morte em alguns casos.

Na maioria dos casos não é preciso nenhum tratamento para curar a gripe. Repouso, boa hidratação e paciência costuma ser suficientes. A febre causada pelo vírus Influenza geralmente desaparece a partir do sétimo dia.

Os chamados remédios antigripais ajudam a aliviar os sintomas. Eles não agem diretamente sobre a gripe. O seu uso é opcional e geralmente servem para controlar a febre e diminuir a coriza e dores no corpo. Vale ressaltar que Vitamina C não tem nenhum efeito comprovado contra a gripe.

Sintomas para os principais tipos de gripe

A polêmica da vacina

A vacina contra a gripe é composta de vírus morto ou inativado. Isso acabou fazendo com que muitos acreditassem que a sua aplicação, na verdade, era uma forma de infectar a população. Muitos até hoje acreditam nisso e se negam a tomar as vacinas durante as épocas em que a doença está mais ativa.

Na verdade, a aplicação da vacina não faz com que a pessoa contraia a doença. Ela estimula a produção de anticorpos, o que ocorre entre 2 a 3 semanas após a vacinação. Infelizmente, a proteção dura cerca de 6 a 12 meses, o que obriga as pessoas a se vacinarem quase todos os anos.

Vacina da gripe suína, um dos tipos de gripe

E a cura?

Por causa da grande capacidade de mutação do Influenza, é praticamente impossível se tornar imune ao vírus da gripe. Isso não significa que você não possa se curar de uma condição dessas. Como eu já disse, isso geralmente acontece depois de uma semana, o que não significa que você nunca mais vai pegar uma gripe.

Porém, embora infundada, a ideia de que a vacina na verdade faz a pessoa contrair a doença ganhou relevância. Hoje muitos acreditam que essa é uma medida para controle populacional. Afinal, governos e autoridades estão preocupados com o futuro da humanidade, e eliminar bilhões de pessoas poderia resolveria o problema para eles. Será que é verdade?