Confirmado pela Ciência: Facebook faz mal para as pessoas

25/11/2015

Já faz um tempo que as pesquisas têm provado que as redes sociais podem fazer mais mal do que bem para as pessoas, apesar das vantagens que seus criadores e muitos usuários afirmam ter.

Por exemplo, um levantamento da Universidade de Missouri, nos EUA, mostrou que o uso do Facebook pode levar a sintomas de depressão na medida em que a rede social desencadeia sentimentos de inveja entre seus usuários.

Outro estudo das Universidades de Houston e Palo Alto, ambas também nos EUA, teve um resultado semelhante ao indicar que as pessoas que passavam mais tempo no Facebook relatavam sintomas depressivos mais elevados devido a constantes comparações sociais.

Teve até mais uma pesquisa americana, da Universidade de Colorado em Denver, que sugeriu que excluir alguém no Facebook levava a consequências muito mais reais do que virtuais, como se a pessoa tivesse sido ignorada face a face.

Confirmado pela Ciência: Facebook faz mal para as pessoas

Facebook faz mal. E agora…

Um novo estudo do Instituto de Pesquisas sobre a Felicidade sugere que redes sociais como Facebook, Twitter e outros sites semelhantes podem nos deixar mais infelizes.

1.095 voluntários dinamarqueses participaram da pesquisa, sendo que metade continuou usando o Facebook normalmente, e a outra metade gastou seu tempo longe da maior rede social do mundo.

Depois de uma semana, 88% daqueles que tinham “desistido” do Facebook disseram que se sentiam “felizes”, em comparação com 81% daqueles que ainda verificavam seu feed de notícias em uma base regular. 84% dos desistentes destacaram apreciar mais sua vida, contra 75% dos usuários da rede. Apenas 12% dos offline afirmaram estar insatisfeitos, contra 20% das pessoas conectadas à rede social.

Inveja e comparação

Não é difícil adivinhar o motivo pelo qual ficar fora do site deixa as pessoas mais felizes: espanta a inveja das vidas dos outros, mesmo que todos saibam que o Facebook representa uma “edição” do que está realmente acontecendo com cada um.

“Em vez de se concentrar no que realmente precisamos, temos uma tendência infeliz de nos concentrar no que as outras pessoas têm”, disseram os autores do estudo.

Os usuários que se abstiveram do Facebook relataram se sentir mais entusiasmados, menos solitários, menos preocupados e mais decisivos. Eles passaram mais tempo com a família e amigos em interações cara-a-cara, e disseram que acharam mais fácil concentrar-se – um conjunto sério de benefícios de passar um tempo longe da rede social.

Desligue

De acordo com Meik Wiking, CEO do Instituto de Pesquisas sobre a Felicidade, o mundo do Facebook é onde todo mundo mostra seu melhor lado, fazendo com que as vidas dos outros pareçam ainda mais distorcidamente brilhantes em contraste com a sua. Assim, dar um tempo do site é uma boa ideia.

O relato dos participantes do estudo confirma esse conselho.

“Quando acordava, antes mesmo de sair da cama, eu abria o Facebook no meu smartphone apenas para verificar se algo excitante ou importante tinha acontecido durante a noite”, conta Sophie Anne Dornoy, 35 anos, uma das voluntárias do estudo. “Depois de alguns dias, notei que minha lista de afazeres estava sendo concluída mais rápido do que o normal, já que eu passava meu tempo de forma mais produtiva. Também senti uma espécie de calma de não ser confrontada com o Facebook o tempo todo”.

No futuro

Nossos cérebros ainda estão se ajustando para os efeitos de uma vida louca impulsionada pelos smartphones, da qual a mídia social é apenas uma parte.

E os psicólogos estão apenas começando a entender esses efeitos, especialmente as consequências de longo prazo.

Para melhor compreender a relação Facebook-infelicidade, Wiking diz que gostaria de estudar um boicote mais longo – de um ano – à rede social, mas, primeiro, precisa encontrar voluntários suficientes dispostos a isso.

[ScienceAlert, ZH]