6 mitos que você precisa saber sobre o cérebro

07/02/2015

Tenho certeza que você já ouviu dizer que nós utilizamos apenas 10% do nosso cérebro, e assim como eu acreditava que era mesmo verdade. As telas do cinema inclusive afirmou este mito no filme Lucy onde a protagonista passa a usar o cérebro de maneira mais ampla e acaba desenvolvendo super inteligência e poderes.

A verdade é que o cérebro é um órgão humano que ainda surpreende os cientistas. Com isso, uma série de mitos sobre o seu funcionamento tomam forma. Por que agimos de um jeito ou de outra? Por que temos doenças como Parkinson ou Alzheimer? Como nos recuperamos de acidentes graves ou nos traumatizamos com situações limite? Todas essas questões tem a ver com o estudo do cérebro. Mas, para conhecê-lo melhor, é bom descartar, logo de cara, coisas que muita gente diz por aí e que não passam de mito. Confira a seguir:

6 mitos que você precisa saber sobre o cérebro

1. Só usamos 10% do nosso cérebro

O que não faltam são cientistas para desmentir essa teoria, mas mesmo assim, muita gente ainda acredita nisso. Veja bem, se só usássemos tão pouco da massa encefálica, dificilmente um ferimento na cabeça conseguiria deixar sequelas. O que acontece é exatamente o contrário. Qualquer ferimento pequeno ou grande no cérebro, é capaz de deixar sequelas, reversíveis ou não. Isso acontece porque nós usamos o nosso cérebro o tempo inteiro, só não usamos todas as partes ao mesmo tempo.

2. O tamanho do cérebro determina a nossa inteligência

Não, nem para o cérebro tamanho é documento. Se fosse assim, o cachalote seria um dos animais mais inteligente do mundo, com seu cérebro de 7kg. Ou quem sabe o hipopótamo, com 3kg de massa encefálica. Parte dessa explicação pode ser a proporção entre o tamanho do cérebro em relação ao tamanho do corpo inteiro. Porém, essa conta não funciona muito bem, porque animais muito pequenos, um musaranho, que tem a maior massa cerebral em comparação com o corpo, mas nem por isso é o animal mais inteligente do reino.

3. Todo dano cerebral é permanente

Um acidente de carro ou uma infecção podem levar à perda de partes do cérebro, e com isso, das células que o compõem, os neurônios. Dependendo da extensão e da localização do dano, é possível, sim, se recuperar. Mas mesmo com a perda dos neurônios, que não podem se regenerar, as sinapses, que são as conexões nervosas, conseguem surgir novamente. O cérebro é um órgão que funciona com certa plasticidade. Então, ele consegue encontrar outras partes para executar as funções que sofreram danos.

4. Nosso cérebro não forma novos neurônios

Estudos recentes descobriram que o hipocampo, região do cérebro associada à memória, aprendizado e emoções, continua produzindo novas células ao longo da nossa vida. É sabido que vamos perdendo neurônios enquanto envelhecemos, diminuindo nossa capacidade cognitiva. Mas é essa geração de novas células que nos permite manter um equilíbrio no funcionamento do cérebro. Também não é verdade que não conseguimos aprender mais, depois de velhos. Quanto mais velhos somos, melhores são as nossas capacidades mentais quanto a vocabulário e relações sociais – ou seja, ouvir conselhos do seu avô sobre relacionamentos, pode sim, ser uma boa ideia.

5. Álcool mata os neurônios

Apesar da bebida afetar diretamente o cérebro, ela não é capaz de matar as células. Mesmo em alcoólatras, não ocorre esse dano. Mas isso não quer dizer que está tudo liberado. Beber demais causa danos na forma como os neurônios se comunicam. Isso é bem grave, mas pode ser revertido. Outro problema que o abuso de álcool pode causar é na formação de novos neurônios, como explicamos no tópico anterior.

6. As diferenças entre cérebro de homens e mulheres tornam seus comportamentos diferentes

Sim, existem algumas diferenças entre os cérebros de homens e mulheres, mas elas são muito pequenas e não podem ser associadas com nenhuma habilidade específica. Então aquele papo de que mulher é mais emocional, ou homem tem visão espacial melhor, é tudo balela! Esse tipo de percepção tem muito mais relação cultural do que biológica. Estudos mostram, por exemplo, que mulheres são melhores do que homens em testes de empatia – mas, se antes de fazer o teste, você falar avisar os participantes que homens vão particularmente bem nesse exame, o resultado dos caras será tão bom ou melhor do que o das meninas. A mesma regra vale numa situação contrária: se você diz repetidamente para um grupo de mulheres que elas são cientificamente piores em matemática por causa do cérebro, suas notas nos testes serão piores do que seus colegas do sexo masculino. O problema todo é o preconceito e o machismo, não a diferença entre cérebros.

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