5 mitos e males que a Internet criou

26/08/2012

A Internet, a rede mundial de computadores revolucionou a História. Todo tipo de informação contida em um único lugar. Quem viveu Era Pré-Internet deve lembrar como antigamente era  difícil  encontrar determinado conhecimento. Você tinha que recorrer à livros, jornais, revistas, etc. e em muitos casos essa informação vinha carregada de parcialidade e você não tinha como buscar outras fontes, como por exemplo, quando você se aventurava à ler a revista Veja e ficava na dúvida se acreditava ou não (hoje sabemos que boa parte do que é publicado na Veja é mentira, com uma pesquisa rápida em um mecanismo de busca você descobre isso.).

Essa revolução da informação trouxe muitos benefícios, contudo, também criou vários males e mitos. É sobre alguns deles que iremos falar nesse post. Veja:

5. Wikipédia

Wikipédia, tinha no seu principio, um nobre proposito:  Disponibilizar a todos o conhecimento humano através do compartilhamento aberto de informações! Logicamente, isso nunca daria certo…. e não deu! O Wikipédia fez sucesso e hoje é um dos sites mais visitados da Internet….criando um grande problema (UM PROBLEMÃO, principalmente para os professores do Ensino Fundamental, Médio e Superior que tem que lidar com trabalhos copiados no atalho do Ctrl todos os dias). A razão disso:  o Wikipédia é aberto e não possui revisores o suficiente para verificar o seu quadro de atualizações, logo o percentual de informações erradas é grande e como a maioria dos usuários são preguiçosos (e por isso usam o Wikipédia), é normal não verificarem as fontes, que em vários casos são inventadas.

O Wikipédia terminou por se tornar o ninho de pseudo-intelectuais e preguiçosos de plantão que não estão com muita vontade de estudar, levando à disseminação de informações errôneas . Não que ele seja um site ruim, para assuntos de baixa complexidade ou de conhecimento geral, de pouca importância ou de caráter puramente histórico, ele é muito útil (às vezes). No entanto, ele aborda todos os temas, alguns muito complexos e esses artigos contêm erros ridículos, difíceis de engolir. Como todo usuário pode editar o artigo, o que se observa é que comumente pioram com o tempo, ao invés de melhorar.

Esses problemas surgem por causa de um assunto que vamos voltar a tratar aqui no texto: liberdade total leva sempre a desordem. Não adianta querer sonhar com algo que é muito bonito na teoria mas impossível de colocar em prática. No final das contas, o Wikipedia trai o seu propósito inicial, gerando mais “desinformação” do que informação…. e enchendo a Internet de pseudo-intelectuais.

4. Tudo é fake

O ceticismo exacerbado (veja aqui) virou moda na Web. Grande parte dos internautas assimilaram às idéias distribuídas de forma maçante nas outras mídias concorrentes ( como a Televisão) de que tudo que é surpreendente ou anormal publicado na Internet é fake.

A estrutura lógica da maioria dos usuário da Web é a seguinte: Recebeu a Informação > Ela é anormal? Sim/ Não > Caso sim, quem disse? Governo / Autoridade publica / Jornalista / Crítico / Empresa / Entidade não governamental / Publicitários / Campanha Publicitária / Celebridade / Desconhecido > Caso seja um desconhecido o autor da publicação, que provas apresentou? Fotos/ Vídeos / Documentos / Textos/ Testemunhas / Todos os anteriores/ Nenhum dos anteriores > O que leva sempre a seguinte conclusão: Se for foto, é photoshop. Se for vídeo, foi editado. Se for documento, é forjado. Textos não tem credibilidade. E , por fim, as testemunhas, que na certa, mente!

Quem observa isso nota que existe uma ânsia enorme em dar uma justificativa lógica e racional à tudo, mesmo que seja preciso inventar as mais absurdas desculpas para afirmar que tal informação é fake. Um exemplo que vou dar para ilustrar essa situação é sobre a foto que você podem ver acima, da cabeça do cão decepada. Um idiota brasileiro resolveu brincar com a idéia de que as pessoas vão atrás de tudo que colocam nas redes sociais. Resgatou a foto de  um outro lugar na Internet e publicou no Facebook dizendo que tinha decapitado o cão da vizinha, gerando a revolta das pessoas adicionadas no seu perfil e consequentemente, de milhares de pessoas que não sabiam da sua “brincadeira” após uma FanPage de grande número de usuários ter publicado a imagem com a declaração do engraçadinho. E foi por desconhecer também que terminei publicando na nossa FanPage e perguntando aos internautas sobre a veracidade da imagem.

Na nossa FanPage (AhDuvido Blog), assim como, nas outras FanPages que a imagem foi publicada tivemos os mais diversos tipos de opiniões, porém, o interessante desse episódio e que deixou claro à tendência e o desejo absurdo de defender a idéia de que se é surpreendente é fake (mesmo sem sequer entender o que estão abordando) foi a maneira como uma grande fatia dos comentários vinham carregado de “afirmações” sobre ser falsa a foto.  Foram os mais variadas explicações sobre o porquê a foto era fake: o chão não está sujo de sangue, a força empregada nos tendões da mão do rapaz que segura a cabeça do cão não estão flexionados o suficiente, a iluminação do ambiente diverge para tons muito alterados de um pixel para outro, o fato do cão estar morto e de olhos abertos, enfim, tudo com embasamento “pseudo – científico” e carregado de falácias. E para surpresa de muitos, no final, um dos usuários decifrou o enigma: realmente, o brasileiro que publicou a foto não foi o autor do ato, todavia, a foto ERA REAL, foi um americano doidão apelidado de Wolfie Blackheart, um emo babaca que decidiu colecionar crânios de animais mortos e quando encontrou (segundo a versão dele)  o corpo de um cão morto por atropelamento, levou-o para casa e decepou a cabeça. Em seguida, Wolfie tirou uma foto e publicou nas redes sociais essa imagem, resultando em uma grande encrenca para ele: o mesmo virou alvo de investigação da polícia americana por apresentar possível distúrbio mental encontrado em assassinos em série ( não é todo que se orgulha de ter arrancado a cabeça de um cão sem que exista um motivo muito forte por detrás disso, como por exemplo, salvar a própria vida).

O mais absurdo é que mesmo sendo apresentada as provas de que tudo era REAL e que a foto não foi uma obra de um espertinho usando Photoshop ou qualquer outro software de manipulação de imagens, o número de pessoas afirmando que a foto era uma montagem não diminuiu. É como se elas adotassem a idéia como algo absoluto (tal como algumas Leis da Física), não permitindo que qualquer que seja o acontecimento seja validado caso esse saia dos parâmetros normais da sociedade e dos conceitos acolhidos por ela.

Devemos ainda observar que esse comportamento é geralmente adotado com o intuito de atrair a admiração pela inteligência apresentada pelo autor do comentário, entretanto, pelo contrário, termina por expor à ignorância do mesmo frente ao tema que aborda e sua completa falta de visão analítica. É o feitiço que vira contra o feiticeiro.

3. Google tem a resposta para tudo

Já dizia o ditado moderno: O Google tem resposta para tudo! Há quem leve ao pé da letra esse mito. Acha que todo o conhecimento humano está contido no Google. Que engano! Seria necessário, com as mais avançada das nossas tecnologias atuais, alguns milénios para concluir a tarefa de reunir em um único local todo o conhecimento gerado pelo ser humano até hoje ( e isso admitindo que todo conhecimento gerado a partir do ponto de partida fosse automaticamente inserido nesse local de armazenamento).

Quem já concluiu um curso de graduação com uma dificuldade acima da moderada, em uma universidade decente, sabe que não é com “dois palitos” que você encontra informações de caráter técnico no Google. Se você não suar a camisa e passar horas a fio nas Bibliotecas, vai se dar mal na hora de apresentar o TCC/Monografia.

Em verdade, o que você encontra no Google é somente uma pequena parte do que está na Internet. Os deepnautas sabem que a surface é a ponta do iceberg chamado Internet. Em 2001, a empresa BrightPlanet estimou que a DeepWeb seja 500 vezes maior que a Surface. Em 2008 essa estimativa passou para 75% de todo conteúdo da Internet, ou seja, adotando a estimativa de 2008, os mecanismo de busca conseguem encontrar apenas 25% de tudo que é disponibilizado na Internet, assim sendo, temos que avaliar o mito do “Google ter resposta para tudo” como mero mito, pois além de não podermos reunir todo conhecimento em um único local, ainda temos que lidar com o fato de que de tudo que está disponível na Internet, somente 25% pode ser encontrado pelo Google, os outros 75% ficam na Deep.

2. Mentironauta e a inclusão digital

Você já deve ter percebido que na Internet todo mundo é especialista em todas as áreas, rico, bonito, bem-sucedido, amante de primeira, entre outras qualidades que são admiradas na vida real pela maioria das pessoas. Nesse contexto do “achismo”, presenciamos as mais imbecis opiniões dispostas em todos os veículos de informações da web: portais de notícia, blogs, fóruns, redes sociais, etc , justamente que pelo fato de não existir esse contato direto e pessoal, os internautas julgam que a mentira nunca será descoberta ou que ela não vai prejudicar ninguém ( e como falam: é por estarem escondidos “atrás do computador” que o receio não existe)

É nessa realidade totalmente liberal que acabamos nos deparando com uma verdade: o aumento da desordem é proporcional ao aumento da liberdade. As pessoas aparentemente não sabem manter uma forma livre de convivência de maneira respeitosa. Aparentemente o pensamento termina em “se sou livre, devo fazer o que quiser e que se dane os outros” e é nessa postura completamente caótica que surge o que chamamos de inclusão digital, termo comumente a falta de educação e cultura por parte dos internautas que nós já tentamos explicar aqui nesse post.

A ausência de critérios incide num aglomerado de atitudes degradantes e irritantes, que além de não agregar nada somente fazem com que o internauta mais sensato se afastem cada vez mais das Rede Socias ( que hoje é o maior canal de comunicação da Web) e acabam se isolando em fóruns privados.

Em resumo, o mentironauta e a inclusão digital são como a programação dominical da TV Aberta Brasileira: não prejudica ninguém mais incomodam muito!

1.    Atrocidades, Pedofilia e banalização da crueldade e violência

Você já deve ter percebido o quanto a raça humana é (perdão da palavra) “filha da puta”. Isso fica mais evidente quando você se depara com os cantos obscuros da Internet, como a DeepWeb. É possível encontrar as mais imundas e cruéis atrocidades cometidas em busca de um entretenimento doentio na rede. Vídeos Snuffs, fotografias bizarras de humanos cometendo os piores tipos de atos (por vezes, animalescos e grotescos), gravações de áudio de torturas e depravações, chovem tanto na Surface quanto na Deep (principalmente na Deep, pois como todos sabem, se está escondido é porque algum motivo tem).

Particularmente, eu raramente utilizo o Tor porque toda vez que faço isso perco completamente a esperança no homem. Você clica em algo, acaba sendo direcionado para um outro lugar totalmente inesperado e por fim, se depara com as maiores barbaridades ( o que é muito traumatizante para qualquer um que seja uma pessoa sã).

Alguns casos dessas manifestações macabras infelizmente chegaram ao meu conhecimento, geralmente de maneira acidental (ou por trollagem ou por clicar em links que diziam uma coisa e redirecionavam para outra). Entre eles, posso citar o vídeo dos Maníacos de Dnepropetrovsk (“3 G. a. 1 H.” *), de 2007, que deixa quem quer que seja com raiva e uma sensação de impotência por ver tamanha barbárie e não poder fazer nada (meu conforto é que essa escória vai apodrecer na prisão, se os putos dos seus advogados não recorrem a sentença de prisão perpetua, declara em 2009). Outras “filhadaputices” como “C. a. K.” *, “R. R.” *, “N. p. f. N. P.” *, casos ainda sem solução, comumente ficam restritos a Deep por um tempo, antes de ganharem visibilidade na Surface e fazem você se perguntar se a sua vida não seria mais feliz caso você comprasse uma katana e saísse por aí caçando esses malditos. É triste perceber que por mais que a Humanidade evolua sempre existirá esse tipo de seres desprezíveis e gente que dá importância e não admoestação para essa ralé ( trocando em miúdos, isso significa que se você é um desses internautas que, embora nunca tenha cometido um crime, usa a Internet para ficar procurando e divulgando esse tipo de informação com cunho de divertir os outros, você é tão filha da puta quanto! Essas monstruosidades só ganham espaço porque tem um idiota que acha isso “legal” e termina divulgando esse material para outros fóruns e sites. )

*Os nomes foram reduzidos as suas iniciais para evitar que os nossos visitantes venham copiar eles e sair por aí procurando o que não deve! Todavia, quem já teve a infelicidade de se deparar com essas “escrotices” humanas, vai saber do que se trata. E por favor, se você sabe não publique o nome por extenso no comentário.