Produto da Mídia: Neymar

21/10/2012

Lembram disso ? Pois é, há alguns meses atrás quando fiz esse post, ele gerou uma polêmica daquelas por causa de algumas das figuras mencionadas. Entre elas, aquela que os comentaristas mais defenderam foi o Neymar, dizendo que a sua fama exagerada não era produto da mídia. Minha resposta para os defensores foi: “O tempo vai dizer quem está certo”. E cá estamos nós, novamente, discutindo sobre, porém, dessa vez, não sou eu que estou detonando o “craque”, é o próprio povo, o mesmo que defendia agora ataca Neymar! Estranho, não?

Não entendeu a reviravolta? Será que o povo não sabe o que quer? Afinal por que a maioria mudou de lado agora? Dúvidas e mais dúvidas, contudo todas essas questões podem ser respondidas com a seguinte observação: Neymar é um produto da mídia e existe um limite no investimento dirigido na criação de um produto da mídia – ele não pode ser tão baixo à ponto da maioria das pessoas não terem qualquer opinião sobre o objeto e nem alto à ponto das pessoas criarem expectativas exageradas sobre o objeto. E foi nisso que a equipe responsável pela publicidade do Neymar errou! Eles investiram tanto na exposição do jogador que, no final das contas, todos seus fãs e admiradores terminaram por criar uma expectativa que não podiam ser correspondidas pelo seu talento. Resultado: ele começou a ser massacrado justamente por aqueles que o defendiam.

Quando critiquei Neymar e a mídia por defenderem a ideia de que ele era o melhor jogador do mundo naquele momento e o próximo “Pelé”, muitos foram contra a minha opinião justamente porque na época Neymar estava passando por uma boa fase e como grande parte dos brasileiros é imediatista – fruto da adoção da cultura americana – soou como absurdo a afirmação de que Neymar não era o melhor do mundo e tão pouco era essa aberração de talento que todos falavam.

Outro ponto que destaquei era a sua atuação na Seleção e contra qualquer outro time que não fosse brasileiro, o que acredito que todos nós observamos nos meses posteriores, inclusive alguns episódios  foram bem interessantes, como aquele das bandeiras voando das arquibancadas para o gramado no jogo da seleção.

Atualmente o quadro de Neymar anda deplorável. Fazem de tudo para tentar revitalizar a imagem dele de “melhor jogador do mundo”, mas o futebol que vem apresentando não ajuda muito, então apelam para a velha tática de desviar o foco, tanto que as ultimas manchetes onde ele apareceu, falavam sobre ensaios sensuais de uma coleção de cuecas e sobre o seu namoro com a Bruna Marquzine, que convenhamos, cheira a jogada de marketing. Em resumo, como todo bom produto da mídia, esquece daquilo que é mais importante – que seria a boa atuação na sua área, o futebol –  para ganhar destaque em campos nos quais não há nem o porquê dele estar ( por exemplo, fazer parcerias musicais em DVD’s com cantores).

Na minha visão, creio que a população em geral não se deu conta ainda que a mídia seja uma fabrica de ilusões e que é necessário ser extremamente criterioso na hora de julgar o que é real entre aquilo que nos é entregue por ela.  Esse programa do Profissão Reporter (clique aqui para ver) passa uma vaga idéia de como é construída a fama hoje em dia. Existe um mercado, profissionais e todo um universo por detrás do dito “sucesso”.  Por vezes, a pessoa não tem uma gota de talento nas veias mas mesmo assim vira uma mega celebridade graças ao planejamento desse pessoal ao expô-la. Mais da metade das informações que são jogadas ao público são lorotas para criação dos personagens porque, no fundo, o que eles buscam atingir com essa atitude é atribuir uma importância gigantesca para aquela pessoa, mesmo que seus atos não dignifiquem esse reconhecimento, para que assim, a equipe de profissionais, agência e todos os envolvidos lucrem quando alguma empresa venha reconhecer tal como uma influencia e logo, utilizá-lo para fazer uma campanha.  Dessa forma que o Mundo da Publicidade gira: criação de ilusões para ocasionar persuasão, já que o objetivo final de tudo é o consumo.

Para finalizar, gostaria de lembrar que esse texto é uma opinião – embora exibida de maneira correta, apresentando fatos e detalhando as idéias –  e que os comentários estão aberto para o visitante opinar também, entretanto, espero que os leitores construam seus comentários em argumentos, em exposição de idéias e não em críticas vagas que geralmente costumam aparecer por aqui. Ok?

Quem quiser, pode colaborar e colocar nesse link sugestões de idéias para post, desde que esses tenham relação com o site. Estou com menos tempo que antes e anda difícil até de arrumar tempo para pensar em temas. Grande Abraço.