Velocidade do pensamento e a capacidade de Armazenamento do Cérebro

10/05/2012

Andei lendo muitos “mitos” na Internet sobre esses dos parâmetros: velocidade e armazenamento cerebral. Tem gente que diz que a velocidade do pensamento é maior que a da luz e blá blá blá lorota sem nexo. De modo semelhante, dizem que é ilimitada a capacidade de armazenamento. Pessoal, nem uma, nem outra. E você já vai entender o porquê.

Velocidade do Pensamento

A propalada rapidez do pensamento é uma falácia. O pensamento ocorre devido à transmissão de impulsos nervosos através dos dendritos, sinapses e axônios. Nas sinapses a transmissão se dá de forma química, na velocidade em que os neurotransmissores se deslocam no meio intersticial dos neurônios, que é baixa. Nos dendritos e axônios por meio da inversão de polaridade iônica de sua superfície, por transporte de íons de sódio, cálcio e potássio que, mesmo com a bainha de mielina que promove uma isolação elétrica, é mais lenta do que a transmissão de um pulso elétrico em um condutor metálico, que é próxima da velocidade da luz (não confundir com a velocidade de arrasto dos portadores de carga, esta, extremamente lenta).

A questão é que o cérebro é uma central de processamento paralelo extremamente poderosa. Mesmo assim, a velocidade do pensamento é muito menor que a velocidade da luz. O pensamento parece ser instantâneo, mas isto é porque só tomamos conhecimento dele no momento em que se torna consciente. Antes disso, contudo, houve um caminho percorrido, não tão rápido. Mas bem rápido para os parâmetros de velocidades de corpos macroscópicos, como um foguete interplanetário que, a 40.000 km/h, é 27.000 vezes mais lento que a luz (mas 33 vezes mais rápido que o som ou 10 vezes mais rápido que uma bala de fuzil). A velocidade média de propagação dos impulsos nervosos é de cerca de 100 m/s (360km/h) qué é um terço da velocidade do som.

Alguns afirmam que as ocorrências fisiológicas do cérebro que caracterizam o pensamento são uma resposta orgânica a um fato que se dá em um contexto supranatural. Como se pode saber disto? Falam que se deve admitir uma realidade de ordem não física. Como verificar a sua existência? Dizem que a causa do Universo é o pensamento. Pensamento de quem? Como saber que é ou que não é? Seria o pensamento dos seres que existem? Mas isto é um círculo vicioso. Se esses seres existem, eles são constituintes do Universo, que foi criado pelo pensamente deles mesmos? Isto é impossível, como se eu próprio me gerasse no útero de minha mãe. Pode-se dizer que os efeitos observáveis constituem apenas parte da verdade acerca do Universo. Concordo! Mas como ter acesso ao que não está revelado, senão através justamente disto? É o que a ciência e a filosofia buscam. Compreender a realidade por meio de suas manifestações percebidas pela mente. E a mente percebe o que os sentidos lhe revelam. E os sentidos revelam o que os meios físicos que lhes excitam transmitem. Fim.

Capacidade de Armazenamento

Neurocientistas da computação estimam a capacidade entre 10 e 100 terabytes, mas o cálculo é mais complexo.  Nos seus mais recentes insultos dirigidos à Coreia do Sul, a mídia estatal da Coreia do Norte chamou o presidente sul-coreano, Lee Myung-bak, de “escória humana” e um “imbecil com 2 megabytes de conhecimento”. Mas quantos megabytes um cérebro humano consegue armazenar?

Muito mais do que dois. Muitos neurocientistas especialistas no campo da computação tendem a calcular que a capacidade de armazenamento da mente humana se situa entre 10 e 100 terabytes, embora o espectro total de estimativas varie de 1 terabyte a 2,5 petabytes. Um terabyte é igual a mil gigabytes ou um milhão de megabytes; um petabyte equivale a mil terabytes.

A matemática por trás dessas estimativas é simples. O cérebro humano contém aproximadamente 100 bilhões de neurônios. Cada um deles parece capaz de realizar mil conexões, representando mil sinapses potenciais que armazenam dados.

Multiplique cada um desses 100 bilhões de neurônios por aproximadamente mil conexões que podem ser feitas e teremos 100 trilhões de pontos de dados, ou 100 terabytes de informação.

Os neurocientistas admitem que esses cálculos são bastante simplistas. Em primeiro lugar, eles supõem que cada sinapse armazena um byte de informação, mas essa estimativa pode ser alta ou baixa demais. Os estudiosos não sabem ao certo quantas sinapses transmitem com apenas uma única força frente a forças muito diferentes. Uma sinapse que transmite somente com uma única força podecomunicar apenas um bit de informação – “liga”, “desliga”, 1 ou 0. Por outro lado, uma sinapse que transmite a muitas forças diferentes pode armazenar diversos bits.

Em segundo lugar, as sinapses individuais não são completamente independentes. Às vezes são necessárias várias para transmitir uma única informação. Dependendo do quão frequente ocorra isso, os 10 a 100 terabytes calculados podem ser maiores.

Outro ponto: é difícil calcular quanto dessa capacidade de armazenamento do cérebro é espaço “livre” e quanto é “utilizado”. O cérebro é muito mais complexo do que um disco rígido. Não só algumas partes parecem estar envolvidas em muitas memórias ao mesmo tempo, mas os dados armazenados com frequência são corrompidos e perdidos.

Assim, qual seria a velocidade de processamento do cérebro, em mega-hertz? É bom dizer que o cérebro é uma máquina muito poderosa, formada de processadores muito mais lentos. Cada neurônio teria uma “velocidade de processamento” na ordem de quilo-hertz, que é um milhão de vezes mais lento do que o giga-hertz – a velocidade de processamento de um smartphone é de cerca de um giga-hertz. Por isso, os computadores são mais rápidos para completar tarefas especializadas, embora não consigam reproduzir todas as várias funções do cérebro humano.

Viabilidade. Embora futuristas citem a lei de Moore – a tendência dos computadores a se tornar duas vezes mais poderosos a cada dois anos – para prever que seremos capazes de construir computadores mais poderosos do que o cérebro humano nas próximas duas décadas, não está claro se um equipamento desse porte seria comercializável.

O cérebro é extraordinariamente econômico em termos de energia: roda a 12 watts – eletricidade que usamos para acender algumas lâmpadas que economizam energia. Seria necessária muita energia para rodar um computador tão poderoso como o cérebro, talvez um gigawatt de energia, o consumo de Washington – o que seria impraticável.