No começo, o homem achou que era o centro de tudo. Por causa desse pensamento egocêntrico, chegamos a acreditar que até mesmo o Sol girava ao nosso redor. Com o tempo, descobrimos mais sobre a nossa gigantesca estrela. Assim, passamos a conhecer muitos outros astros em nosso sistema solar. Tudo ainda parecia (ao menos de certa forma) palpável, até que veio o conceito de universo. A partir daí, nós finalmente fomos reduzidos à verdadeira insignificância diante do infinito cosmo.
Eu sei que esse parece papo de gente louca, mas você já parou para pensar no quanto você é pequeno diante da Terra, do Sol, da Via Láctea e do próprio universo? E se eu dissesse que, na verdade, há algo muito, mas muito maior por trás disso tudo? Então se prepare para conhecer o incrível conceito da Teoria dos Multiversos.
Os Multiversos
A Teoria dos Multiversos – ou universos múltiplos – vem ganhando destaque entre físicos, astrônomos, matemáticos e filósofos de bar. Ela foi formulada com base em diversos pensamentos contemporâneos sobre a criação do universo e a forma como seus infinitos elementos (entre planetas, estrelas e galáxias) se comportam no espaço. Portanto, seria impossível explicá-la por completo em um único artigo. Mas vamos tentar!
De uma forma bastante simples, você pode entender a Teoria dos Multiversos através de uma analogia. Imagine um globo de neve, aquele que a gente geralmente dá de presente para o amigo secreto no final do ano. A redoma de vidro, a parte mais externa desse objeto, seria a fronteira máxima de tudo (tudo mesmo) o que existe. Seria impossível ir além desse limite. Cada floco de neve dentro do vidro representaria um dos infinitos universos que habitam dentro dessa gigantesca esfera.
Sim, o nosso universo – algo que já é inimaginavelmente gigante – representaria apenas uma minúscula parte do Multiverso. Isso significa que há infinitos universos dentro dessa “bola de vidro”, todos igualmente infinitos (ao menos para nós, um grão de areia perto disso tudo) e extremamente complexos. Diante disso, seria impossível se colocar em alguma posição de importância dentro desse gigantesco panorama.
Como isso é possível?
O fato é que ninguém sabe explicar. Porém, também não há registros que comprovam que essa teoria não é verdadeira. O que, infelizmente, não é o suficiente para que ela seja aceita no meio científico. Há, entretanto, diversos ensaios que tentam explicar a existência de universos múltiplos, e um dos mais interessantes é chamado de inflação cósmica.
Aqui, a palavra “inflação” tem um emprego um pouco diferente daquele que é utilizado no meio econômico. No começo de toda a existência (antes mesmo do globo de vidro com os infinitos universos), havia o vácuo e uma quantidade gigantesca de energia escura. Essa energia, cujo comportamento é imprevisível, começou a se expandir (ou inflar) criando diversos espaços sem vácuo.
Como acontece dentro de uma panela de pressão, o crescimento acelerado da energia escura passou a favorecer a formação de “bolhas” em grande quantidade. Assim como os flocos de neve no globo de vidro, cada uma essas bolhas seria um universo, que se chocaria com outras bolhas e proporcionaria o surgimento de bolhas cada vez maiores (ou a explosão de cada uma delas).
Na teoria da inflação cósmica, que tenta explicar o surgimento dos Multiversos, o universo maior teria se expandido até o máximo. Isso teria formado uma espécie de redoma de onde os universos menores não poderiam escapar. Temos aí novamente a visão de uma esfera de vidro com infinitos flocos de neve chacoalhando por dentro. Viu como tudo parece se encaixar perfeitamente?
E o Big Bang?
Lembra-se quando eu disse que cada uma das bolhas poderia se chocar dando origem a criação de um universo maior ou explodindo? Essa é a explicação do Big Band, que pode tanto ser uma bolha maior originada a partir de duas menores, como o resultado do impacto de duas bolhas que entraram em choque. Essa última explicação, inclusive, é defendida por muitos estudiosos. Eles acreditam que esse é provável fim da humanidade. O choque de nosso universo com outro, exatamente como uma bolha explodindo no ar.
Portanto, nada de terremotos, vulcões, tsunamis ou invasões alienígenas. A raça humana vai ser extinta em um piscar de olhos depois que o nosso universo se chocar com outro. Pelo menos é isso no que acreditam alguns cientistas. Não parece nada agradável, não é mesmo? Porém, é impossível prever quando isso vai acontecer. Na verdade, não dá nem para dizer que isso um dia vai acontecer. Por isso, não esquente a cabeça!
Tudo isso é verdade?
Sinceramente eu não sei. E, para nossa infelicidade, provavelmente jamais descobriremos. Afinal, há muitas outras teorias que tentam explicar os múltiplos universos e cada uma delas pode estar certa. Se nem mesmo os estudiosos do assunto conseguiram chegar a uma conclusão, por que você acha que conseguiríamos fazer isso aqui?
Porém, se você estava precisando de um motivo para sorrir, apresento uma das facetas mais interessantes sobre a Teoria dos Multiversos. Já que há infinitos universos espalhados por aí, é certo dizer que há um clone seu fazendo exatamente o mesmo que você neste exato momento. Na verdade, há infinitos desses clones. E pode ter certeza que um deles está comentando agora mesmo aqui embaixo o que ele achou desse artigo.
E você, que tal fazer o mesmo agora e comentar o que você acha da Teoria dos Multiversos? Você acredita nela ou acha que tudo não passa de conversa maluca que alguns filósofos tiveram enquanto estavam bebendo uma?
