Uma das formas de medir a desigualdade econômica e social (um dos mecanismos fundamentais do sistema econômico da atualidade) é assinalar as diferenças entre o pagamento que mensalmente recebem os trabalhadores em diferentes países do mundo. Como sabemos, o salário não se relaciona unicamente com o trabalho realizado, senão também com outros aspectos como as prestações e as condições trabalhistas, políticas de proteção implementadas pelos governos e conquistas sindicais.
Em realidade, a estrutura que envolve o trabalho e seu salário é uma das categorias mais eloquentes de uma realidade social contemporânea. A Organização Internacional do Trabalho publicou em 2012 os cálculos realizados em 72 países (omitindo algumas das nações mais pobres do mundo): uma listagem que faz a média dos salários e ajusta o resultado aos custos de vida correspondentes, usando para isto a “Paridade do Poder de Compra“, unidade utilizada nos estudos econômicos para realizar comparações internacionais de padrões de vida. Ou seja, o estudo avalia o que uma pessoa pode comprar com 1 dólar em diferentes realidades econômicas para chegar a uma base de comparação.
Assim, salvo por Estados Unidos e Coréia do Sul (nos lugares 4 e 10, respectivamente), o top desta lista pertence quase exclusivamente a países europeus, alguns dos quais habituées das primeiras posições de outros estudos sobre condições socioeconômicas. Destaca, no entanto, que a classificação é bem diversificada e dá conta do processo de globalização pelo qual a distribuição econômica é menos polarizada. Nações asiáticas como Cingapura ou africanas como África do Sul se encontram em posições que há poucos anos pareceria impensável em listas como esta.
Contudo, ao que parece, isto não acontece na América Latina, cujos países – Brasil incluso – se mantêm numa aura de mediocridade lambendo o rabo da lista ao lado de países historicamente desprotegidos e em condições evidentemente de desvantagem política e econômica como o Tajiquistão ou Paquistão. O que adianta ser a sexta ou sétima economia mundial se este número só serve aos princípios de Eikes e políticos corruptos que recebem ordem de bandidos? Que adianta ir para a TV e bater no peito dizer que nossa economia é uma das maiores do mundo se a presidente leva a mãe para um hospital de excelência militar? Porquê não levou-a para o SUS, porque o Lula não tratou seu câncer na fila do SUS? Por que os filhos de políticos estudam em escolas particulares? E por que a sexta econômia mundial gasta milhões com asfalto e sobram estradas esburacas e o trânsito piora a cada dia?
O valor médio mundial alcança os R$ 2,7 mil mensais (algo em torno de 137 reais por dia), que apesar de aparecer um pouco alto, os responsáveis pelo estudo alertam que, na prática ainda é um salário muito baixo, apesar da abundância financeira que vemos em alguns lugares. Do estudo também conclui-se que mais de 1/3 da população mundial vive com menos de R$ 3,6 por dia – abaixo da linha de pobreza-.
Finalmente vale a pena advertir que a média não é sempre o melhor parâmetro de comparação em quase nenhum cenário, pois incorpora em um mesmo cálculo os extremos mais elevados e os menores.
- Luxemburgo – US$ 4.089,00;
- Noruega – US$ 3.678,00;
- Áustria – US$ 3.437,00;
- Estados Unidos – US$ 3.263,00;
- Reino Unido – US$ 3.065,00;
- Bélgica – US$ 3.035,00;
- Suécia – US$ 3.023,00;
- Irlanda – US$ 2.997,00;
- Finlândia – US$ 2.925,00;
- Coreia – US$ 2.903,00;
- França – US$ 2.886,00;
- Canadá – US$ 2.724,00;
- Alemanha – US$ 2.720,00;
- Cingapura – US$ 2.616,00;
- Austrália – US$ 2.610,00;
- Chipre – US$ 2.605,00;
- Japão – US$ 2.522,00;
- Itália – US$ 2.445,00;
- Islândia – US$ 2.431,00;
- Espanha – US$ 2.352,00;
- Grécia – US$ 2.300,00;
- Nova Zelândia – US$ 2.283,00;
- África do Sul – US$ 1.838,00;
- Malta – US$ 1.808,00;
- Israel – US$ 1.804,00;
- República Checa – US$ 1.786,00;
- Croácia – US$ 1.756,00;
- Turquia – US$ 1.731,00;
- Catar – US$ 1.690,00;
- Hong Kong – US$ 1.545,00;
- Polônia – US$ 1.536,00;
- Eslováquia – US$ 1.385,00;
- Hungria – US$ 1.374,00;
- Macedônia – US$ 1.345,00;
- Bósnia & Herzegovina – US$ 1.338,00;
- Estônia – US$ 1.267,00;
- Federação Russa – US$ 1.215,00;
- Jamaica – US$ 1.135,00;
- Lituânia – US$ 1.109,00;
- Argentina – US$ 1.108,00;
- Letônia – US$ 1.098,00;
- Sérvia – US$ 1.058,00;
- Chile – US$ 1.021,00;
- Botswana – US$ 996,00;
- Malásia – US$ 961,00;
- Bielorrússia – US$ 959,00;
- Romênia – US$ 954,00;
- Bahrain – US$ 917,00;
- Panamá – US$ 831,00;
- Maurício – US$ 783,00;
- Brasil – US$ 778,00;
- Macau – US$ 758,00;
- Cazaquistão – US$ 753,00;
- Bulgária – US$ 750,00;
- Colômbia – US$ 692,00;
- Ucrânia – US$ 686,00;
- China – US$ 656,00;
- México – US$ 609,00;
- Geórgia – US$ 603,00;
- Azerbaijão – US$ 596,00;
- Egito – US$ 548,00;
- Tailândia – US$ 489,00;
- Armênia – US$ 471,00;
- República Dominicana – US$ 462,00;
- Moldávia – US$ 438,00;
- Mongólia – US$ 415,00;
- República Árabe Síria – US$ 364,00;
- Quirguistão – US$ 336,00;
- Índia – US$ 295,00;
- Filipinas – US$ 279,00;
- Paquistão – US$ 255,00;
- Tajiquistão – US$ 227,00;
FONTE: MDIG
