Novo Casseta & Planeta Versus Novo Pânico na Band: Como foram recepcionados pelo público

01/04/2012

Duas emissoras, dois programas de humor que são referências, duas novas fases, dois resultados completamente diferentes perante o público. O programa Casseta & Planeta e Pânico recomeçaram na Globo e na Bandeirantes, respectivamente. Um novo começo que agradou e desagradou os telespectadores.

Casseta & Planeta retornava de um fracasso de audiência, motivo que retirou o programa do ar ano passado e prometeu uma renovação. Muita propaganda, muito falatório e no final, quem assistiu, viu a mesmice de sempre, um humor chato, entediante e sem graça.

Já o Pânico era carro-chefe da RedeTv, migrou para Bandeirantes após  “supostos” atrasos no pagamento dos salários. No canal de Saad, entrou polemizando:  despediu as Panicats, criaram boatos sobre quadros e possíveis apresentadores e toda aquela bagunça típica deles. Nesse Domingo, dia 01, Pânico voltou e adivinha? Voltou a mesma coisa…. e fez um tremendo sucesso!

Como explicar? Qual a diferença entre os dois?  Elenco, roteiro, comediantes? Quais as desigualdades que atribuem sucesso para um e o fracasso para o outro?

Começamos pelo Casseta. O Humor do programa Global é embasado na década de 90. O tempo passou e a emissora ficou cada vez mais restrita com a sua visão de humor “politicamente correto”. Da “TV Pirata” para cá, muitas “proibições” surgiram. A Globo acabou limitando todos os seus programas humorísticos à personagens fracos e bordões… insuportáveis bordões. Diante uma geração que desconhece, re-lançou os cassetas, com o título “Vai fundo” mas apresentaram mais da mesma fórmula. O feedback demonstrou o completo fracasso. Muita gente reclamando nas redes sociais e crítica especializada seguiu a linha na sua maioria.

Piadinhas velhas e batidas, paródias de novelas, quadros sem graça e tentativas de implantar bordões… a queda já estava prevista. A reformulação com novos integrantes e um tema fixo não agradou e terminou decepcionando quem perdeu o tempo assistindo.

Em contrapartida, Pânico da TV também apresentou mais do mesmo e fez muita gente gargalhar. O retorno do público foi imediato e positivo, demonstrado principalmente nas redes sociais. Iniciou registrando um Ibope de 10,5, na Band, que comumente tem nesse horário de 3,5 pontos.

O humor do Pânico tem como base o humor espontâneo, politicamente incorreto, imitações e trollagens. Essa união é o que mais se aproxima do humor jovem atualmente, dessa forma, o programa tende a conquistar o público da faixa etária de 12 aos 18 anos.

Os quadros do Pânico são geralmente divididos entre externas com muita trollagens – com famosos e anônimos- , imitações, desafios, atração especial (normalmente um convidado especial como o “homem lobo”) , tentativas de implantar bordões e nos deboches politicamente incorretos. Mas, talvez, o maior propulsor do sucesso do Pânico é  o mix de roubar o humor da Internet com ícones atuais, como elementos dos vídeo-games, memes, redes sociais e virais. Claro, ainda temos as Panicats, umas gostosas que ficam rebolando e prendem a atenção de qualquer zappeador.

A realidade é que a juventude brasileira vive numa onda do “politicamente correto” mas no fundo adora o politicamente incorreto. Quanto mais simples, descomplicado e baixo for o humor mais êxito ele tem. O Pânico alimenta essa faceta que fica obscura na nossa hipocrisia. A Band sabe disso e por isso colhe os frutos. A Globo, no entanto, é cega pela sua ilusão que será eternamente a líder e não irá mudar a sua política e enquanto isso acontecer, vai continuar assistindo o sucesso dos programas nas outras emissoras. Como era esperado, parece que ela vai insistir na sua conhecida teimosia ( a mesma que faz Faustão, Galvão e Xuxa permanecerem no ar por tanto tempo). Foi confirmado que nos bastidores, a direção ficou contente com os resultados modestos da primeira exibição dos cassetas, o que é um mau sinal. O telespectador pode esperar o humor sem sal o resto do ano.

Para encerar, gostaria de deixar vocês com o vídeo da “TV Pirata”. Observe a diferença entre o humor daquela época e o de hoje.

 

E você, o que acha que determina o sucesso de um programa de humor no Brasil?