Homem injeta veneno de cobra em si mesmo para aumentar a imunidade

08/04/2013

Steve Ludwin, 42 anos, um roqueiro da Califórnia obcecado por cobras, é uma das poucas pessoas que regularmente injetam veneno em sua corrente sanguínea das cobras mais mortais do mundo, acreditando que ficarão imunes a ela.

Cerca de 100.000 pessoas em todo o mundo morrem de picadas de cobra a cada ano, mas estas estatísticas não parecem assustar Steve Ludwin. Toda semana durante s últimos 23 anos, ele tem injetado um cocktail de veneno das cobras mais perigosas do mundo, na tentativa de treinar seus anticorpos para resistir ao veneno. Aumentando gradualmente a quantidade e freqüência das injeções, ele acredita que um dia estará imune não só do veneno de cobra, mas de outros vírus também. Steve tem atualmente uma coleção de 28 répteis potencialmente mortais em sua casa, mas ele está sempre à procura de novas aquisições, viajando por países europeus em busca de outras espécimes e frequentando convenções sobre cobras. Em dias de injeção, ele habilmente ordenha suas cobras para soltar alguns miligramas de veneno e visita um imunologista para aplicar a injeção assassina. Em poucos minutos, os músculos de seu braço quadruplicam de tamanho durante 24 horas, período este onde seus glóbulos brancos lutam para combater o veneno. As doses que ele tomam nestes dias poderia matar uma pessoa normal, mas Steve normalmente vai para um show de rock logo após a injeção!

Homem injeta veneno de cobra em si mesmo para aumentar a imunidade (1)A verdade é que Steve Ludwell sempre foi fascinada por cobras. “Eu os admiro pelo seu design e sangue-frio. Admiro sua força e sucesso como espécie, mas não posso explicar a minha obsessão. Eu amo as cobras desde que nasci!“, disse à revista Bizarre. Quando ele tinha seis anos de idade, ele teve seu primeiro encontro doloroso com um réptil rastejante. Ele viu uma cobra enquanto esperava o ônibus da escola e imediatamente a pegou, a criatura se virou e mordeu-o em seu polegar, mas Steve não a deixou ir. Ele vou para casa por uma estrada suja em Connecticut chorando de dor, mas ainda mantinha o controle firme sobre a sua cobra. Dois anos depois desta experiência, o seu pai o levou para o Serpentário de Miami, onde se encontrou com o Dr. Bill Haast, o primeiro homem ocidental a voluntariamente injetar veneno de cobra em seu corpo. Haast morreu em 2011 com a idade de 100, mas de acordo com algumas fontes, era um “retrato da saúde”, mesmo em seus últimos dias. Este encontro com o especialista de cobras alimentou a obsessão de Ludwin para com o perigo, e aos 17 anos ele prometeu seguir o seu exemplo. “Eu estava sozinho em casa, ouvindo AC / DC, e de repente eu senti como se uma lâmpada ou um átomo explodisse em meu cérebro“, diz ele. “Algo me disse que eu tinha de injetar veneno de cobra. Foi um sentimento que eu não podia explicar!

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Ele não perdia nenhuma oportunidade de injetar veneno em seu sistema sanguíneo. O cara conseguiu um emprego em um laboratório em Walthamstow, Londres, e começou a levar para casa cobras para experimentar. Ele começou a esfregar veneno de cobra em sua pele e depois lavava quando começava sentir a pele se queimar. Mesmo vendo a sua pele inchar e mudar de cor durante várias semanas, ele prosseguiu com seus experimentos. Então começou a injetar pequenas quantidades de veneno e, gradualmente foi aumentando a dosagem. Há cerca de dez anos atrás, a reação ao veneno tornou-se menos traumática e o seu corpo começou a se acostumar com isso. Então, há dois anos atrás ele descobriu que não era tão imune quanto ele pensava. Certa feita ele ordenhou três de seus cobras mais perigosas: uma cascavel do Pacífico Norte, uma Pope’s Tree Viper e uma Eyelash Viper, e tentou injetar uma pequena quantidade do coquetel venenoso em seu braço esquerdo. Em um determinado ponto, o êmbolo da seringa ficou preso e Steve acidentalmente empurrou a coisa toda em seu corpo. “Foi como uma espingarda disparando no meu braço“, lembra ele.

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15 minutos após o acidente, seu braço havia dobrado de tamanho, seus lábios e língua estavam inchados e as toxinas começaram a atacar seus órgãos internos. Convencido de que ele já era forte o suficiente para lutar contra o veneno, Steve decidiu não ir para o hospital e, optou por assistir a série de TV David Attenborough sobre répteis: Life In Cold Blood. Depois de uma noite de dor indescritível, ele acordou de seu sono superficial para ver que seu braço tinha virado um saco preto cheio de um líquido no cotovelo. Ele finalmente decidiu ceder e foi levado às pressas para o hospital. Só que eles não tinham o antídoto para as três cobras. O especialista David Warrell, da Universidade de Oxford, disse a Steve: “Você vai perder o seu braço, e vai morrer.” Depois de três dias sob cuidados intensivos, Ludwin passou por uma série de testes para ver se seus órgãos internos foram afetados pelo veneno, mas os resultados mostraram que ele estava em boa forma novamente.

O imunologista Dirk Budka diz que ficou surpreso quando percebeu que seu sangue destruiu 70% por cento de bactérias do veneno. “Ele é incrível“, diz Budka. “Seu sistema imunológico pode ser forte o suficiente para desenvolver um medicamento para o futuro.” Ludwin está convencido de que está no caminho certo: “Injetar veneno em meu sistema imunológico é como a Jane Fonda fazer um vídeo de treino“, diz ele. “Quando um resfriado ou qualquer dessas coisas de gripe suína entrar no meu corpo, meus glóbulos brancos vão rir deles.” Ele planeja testar seu corpo contra ameaças graves, como o vírus da malária e parasitas como a tênia, só para ver se ele pode lidar com eles também.

AVISO: A injeção de veneno de cobra é perigosa, e por favor, não tente fazer isto em você mesmo! Steve Ludwin tem décadas de experiência trabalhando com cobras e assume um risco enorme cada vez que ele coloca em seu corpo.

Fontes:  Bizarre MagazineVICE