Hitler e as suas tropas eram viciados em metanfetaminas

15/09/2015

Uma obra agora publicada relata que parte do poderio do Terceiro Reich assentava no consumo em doses massivas de Pervitin, um antecessor do Cristal, uma das mais devastadoras e viciantes formas de metanfetaminas

Um novo livro, lançado na Alemanha, explica em detalhe como é que Adolf Hitler e as suas tropas consumiam uma droga chamada Pervitin, que pode ser considerado um antecessor do Cristal, uma das mais devastadoras metanfetaminas. “The Total Rush; Drugs in the Third Reich” de Norman Ohler mostra que o regime fomentava a vida saudável, a supremacia da mente limpa, mas que, na verdade, os seus mestres e servos estavam sobre o efeito de estimulantes.

Hitler e as suas tropas eram viciados em metanfetaminas

Ohler conseguiu ter acesso aos arquivos do alto comando Nazi e descobriu fornecedores de drogas para as tropas. O livro de Ohler expõe um regime que na realidade criava legiões de “viciados” que iriam lutar mais tempo, com menos comida, dormindo menos horas. Era tudo uma questão de gestão de recursos.

Em 1940 o regime alemão contava com 35 milhões de soldados e burocratas que estavam sob o efeito de comprimidos como forma de aguentar o a dureza do dia-a-dia, diz Ohler.

O autor, que acedeu aos arquivos do estado Nazi, na Alemanha e em Washington, EUA, confirma que muitos ficheiros secretos provavam a ligação entre uma população dopada e um líder ainda mais dopado.

Na altura da invasão soviética, centenas de milhares de soldados estavam sob a influência de drogas. Registros do Wehrmacht, exercito alemão, mostram que 200 milhões de comprimidos Pervitin foram facultados às tropas entre 1939 e 1945.

Uma pesquisa da ‘German Doctors Association’ também mostrou que os Nazis desenvolveram um estimulante baseado em cocaína para os seus combatentes da linha da frente. Os estimulantes já tinham sido testados, anteriormente, em prisioneiros do campo de concentração.

A droga, que tinha como nome de código D-IX, foi testada no campo de concentração que existia a norte de Berlim, onde os prisioneiros carregados com um peso superior a 20 kg foram obrigados a marchar durante 112 km, sem pausas.

O próprio Hitler chegou a tomar 28 tipos de medicação diferente por dia, e um total de 82 durante o seu mandato. Uma investigação descobriu também que Hitler sofria de flatulência e tomou grandes quantidades de drogas anti-flatulência que continham pequenas quantidades de estricnina, um ingrediente presente no veneno para os ratos. As drogas, em particular Eukodal, faziam com que Hitler se sentisse invulnerável e eufórico – mesmo quando era claro que a Alemanha ia perder a guerra em 1944.

Ohler, que passou mais de 3 anos a fazer trabalho de pesquisa para este livro, disse “Berlim era uma cozinha de drogas como Breaking Bad para Hitler e os Nazis, muito antes da série de TV ter sido sequer planeada.”

“Um homem chamado Dr. Fritz Hauschild, que foi chefe de farmacologia, na Temmler, era o homem por trás da produção. “Era crystal meth que era prescrito sem receita e milhões aproveitaram-se disso.”

“Era um consumo socialmente aceite. Chocolates com metanfetamina eram comercializados para fazer com que o dia passasse mais facilmente e fazia com que as tarefas domésticas das mulheres fossem menos árduas.”

Eram utilizadas drogas estimulantes do sistema nervoso central, muito potentes e altamente viciantes. “Estava livremente disponível como medicamento até 1939. Em Berlim, tornou-se uma droga de escolha, como as pessoas bebiam café para ter mais energia.”

“Não era segredo que os soldados estavam a tomar Pervitin. No início, não tinham noção que Pervitin era uma droga; eles pensavam que era como tomar café. Mas em 1941 foi declarada ilegal.”