Você vai se surpreender ao conhecer a história por trás dessa foto

21/01/2017

É muito provável que você já tenha visto a foto acima. Seja por meio dos telejornais ou na internet, essa imagem circulou o mundo na década de 90. Na verdade, ainda hoje ela é famosa e levanta uma série de questionamentos. Além disso, ela também esconder uma história dramática.

Para contextualizar, vamos explicar alguns detalhes dessa foto. Ela foi clicada pelo fotojornalista sul-africano Kevin Carter em 1993. O retrato é conhecido como “o abutre e a garotinha”. A imagem foi registrada próxima ao vilarejo Ayod, no Sudão.

Nesse ano, Carter havia viajado para o Sudão para a realização de um trabalho. Ao passar pelo vilarejo, viu a garotinha que se dirigia a um centro de distribuição de comida mantido pelas Nações Unidas. Ao parar para descansar, um abutre pouco perto dela. Foi nesse momento que o fotojornalista aproveitou para clicar a foto dessa história dramática.

A história dramática dessa garotinha

A história dramática por trás dessa chocante fotografia.

De acordo com Carter, foi preciso muito cuidado para registrar essa fotografia. Ele aguardou cerca de 20 minutos até que o abutre se aproximasse o suficiente da garotinha. Quando esteve próximo o suficiente, o fotojornalista registrou a imagem dessa história dramática.

Após o clique, Carter espantou o abutre e se tornou o autor de uma das imagens mais controversas de todo o mundo. À época, o fotojornalista conta que os pais da criança estavam ocupados tentando pegar um pouco de comida junto a um avião da ONU. Por conta disso, deixaram a garotinha sozinha por alguns minutos.

No mesmo ano da foto, Carter vendeu a imagem para o The New York Times. A história dramática foi publicada em dezembro de 1993. A repercussão foi tão grande e os pedidos de informações sobre a garotinha foram tão frequentes que o jornal precisou emitir uma nota dizendo que não sabia se a jovem na foto havia sobrevivido.

A história dramática de Carter

A história dramática por trás dessa chocante fotografia.

Por conta dessa foto, o Kevin Carter foi fortemente censurado pela opinião pública. Ele foi criticado não penas por registrar essa foto, mas por não ter ajudado a garotinha e afastado o abutre. Ele foi acusado de ter se aproveitado da situação para capturar uma boa imagem.

Porém, em diversas ocasiões o fotógrafo tentou explicar o que de fato aconteceu. Naquela época, os profissionais que visitam a região eram instruídos a jamais tocar nos nativos da região. Tudo isso para evitar transmitir doenças para pessoas que já estavam incrivelmente debilitadas e podiam morrer rapidamente se contraíssem qualquer malefício.

O próprio Carter afirma que cerca de 20 pessoas morriam por dia devido a inanição no centro da ONU. Portanto, a garotinha da foto não seria uma exceção. Essa fotografia chegou a render um prêmio Pulitzer ao fotógrafo em 1994. Porém, devido as críticas pesadas e o histórico de ter vivenciado diversos momentos dramáticos como esse, Kevin Carter resolveu cometer suicídio no mesmo ano da premiação.

Morte trágica

A história dramática por trás dessa chocante fotografia.

Ao longo de sua carreira, Carter testemunhou incontáveis situações perigosas. A caso a menina e do abutre foi apenas uma história dramática vivenciada pelo fotógrafo. Sua lente já viu execuções violentas, conflitos sangrentos e muitas pessoas morrendo de fome.

Tudo isso acabou causando diversas cicatrizes profundas no fotógrafo de apenas 33 anos. Ao colocar fim em sua própria vida, Kevin Carter deixou uma mensagem:

“Eu sinto muito, muito mesmo. A dor da vida supera a alegria ao ponto de que a alegria não existe… Estou deprimido… sem telefone… dinheiro para o aluguel… dinheiro para sustentar as crianças… dinheiro para dívidas… dinheiro!… Sou assombrado pelas vívidas memórias de mortes e cadáveres e raiva e dor… de crianças famintas ou feridas, de loucos com o dedo no gatilho, muitas vezes policiais, de carrascos assassinos… Fui me juntar ao Ken (Ken Oosterbroek, um amigo fotógrafo que havia falecido há pouco), se eu tiver tamanha sorte.”