Um breve resumo da história da imprensa no Brasil e no mundo

02/12/2016
Conheça a história da imprensa
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O ser humano sempre teve necessidade de transmitir informações para seus semelhantes. No passado, usamos diversas técnicas para isso. A escrita rupestre nas paredes das cavernas ou em outros objetos encontrados no ambiente, como ossos e folhas é um bom exemplo. Com o tempo, evoluímos e começamos a utilizar materiais mais sofisticados. Passamos a usar o papiro e o pergaminho, mas ainda mantendo o objetivo de passar adiante os nossos registros.

Muitos especialistas consideram esses casos os primórdios da imprensa. Para quem não sabe, essa palavra serve para designar o coletivo de veículos que se prestam a transmitir as informações para outros. Portanto, é correto afirmar que qualquer entidade ou organização (mesmo que mal organizada em seu princípio) que passe adiante as novidades se enquadra nessa categorização.

Mas existe uma qualidade muito importante da imprensa que também precisa ser observada: a regularidade de publicações. Por isso, alguns historiadores acreditam que a designação só começa a ser realmente válida a partir do momento que aperfeiçoamos a técnica de reprodução de textos por meio do uso dos tipos móveis. É aí que entra a caso da prensa de Johannes Gutenberg. Esse foi o equipamento que simplesmente deu origem a palavra “imprensa” e mudou o mundo naquela época.

A prensa de Gutenberg

A prensa de Gutternberg, o primeiro passo para a imprensa

Embora o primeiro jornal de papel date do século VIII d.C (na China) e a primeira publicação periódica tenha sido feita pelo Imperador Augusto no século I, foi depois da criação da prensa de Gutenberg em 1440 que esses conceitos finalmente se uniram. O artefato usava o que é chamado de tipos, uma grande quantidade de pequenos objetos que imprimem determinada forma no papel quando pressionados contra ele. É como se fosse uma carimbo sendo pressionado contra uma folha em branco.

Quando rearranjados, poderiam imprimir uma grande quantidade de texto em pouco tempo, o que permitiu a veiculação de vários periódicos. O processo de criação desses papéis impressos é o que deu origem ao nome “imprensa”. Hoje, porém, o termo adquiriu um conceito mais amplo, fazendo referência aos diversos veículos que se prestam a transmitir informações.

Ainda naquela época, no século XV, mais um conceito importante foi cunhado. Em Veneza, as folhas eram vendidas pelo preço de uma gazeta, o nome dado a moeda local. É aí que surgiu o termo usado para nomear muitos jornais publicados na Idade Moderna e até em tempos contemporâneos. Vai dizer que você nunca ouviu falar sobre os jornais Gazeta do Povo (PR), Gazeta Brasiliense (GO) ou Gazeta Esportiva (online)?

A massificação da imprensa e a industrialização

Os primeiros jornais da imprensa

Mas a história da imprensa começou a tomar forma com a sua massificação. Nos séculos XVIII e XIX, durante a Revolução Industrial, a humanidade viu diversos avanços tecnológicos facilitarem algumas atividades. Uma delas foi a impressão de novos jornais e periódicos, que viu nesse período o maior crescimento da história. Foi durante esse período que grandes marcas, como The Times, The Guardian e The New York Times surgiram.

Além do surgimento de máquinas que facilitavam o processo de prensa, os governantes de nações também ajudaram a solidificar o conceito de imprensa. Embora em sua maioria os interesses tenham disso egoístas, como a tentativa de favorecimento pessoal ou algo do gênero, o apoio aos jornais acabou favorecendo o segmento como um todo.

Um bom exemplo foi o que aconteceu durante a Guerra Civil dos Estados Unidos, em 1861. A divisão no país gerou conflito de interesses entre aqueles que controlavam a imprensa. Porém, mesmo assim os dois lados da batalha foram cobertos. O The Guardian, à propósito, foi o primeiro jornal a enviar correspondentes para cobrir os dois lados do embate. Também foi durante esse período que os jornais inventaram as manchetes, títulos com letras grandes para chamar atenção.

A imprensa no Brasil

Gazeta do Rio de Janeiro, o primeiro jornal da imprensa brasileira

No Brasil, a imprensa começou a ser desenvolvida oficialmente a partir de 1808. Aqueles mais ligados em história vão lembrar o que aconteceu durante esse período. Foi nesse ano que a família real transmigrou para o nosso país fugindo das tropas francesas que iriam invadir Portugal. Nesse período, a veiculação de jornais ou qualquer outro periódico era proibida por aqui. Todas as publicações em terras brasileiras eram consideras ilegais e subversivas. Nada poderia circular sem a permissão da coroa portuguesa.

Oficialmente, a imprensa nasceu no Rio de Janeiro, no dia 13 de maio de 1808. Nessa data foi criada da Imprensa Régia, hoje chamada de Imprensa Nacional, criada pelo então Príncipe Regente Dom João. Porém, foi somente no dia 10 de setembro desse mesmo ano que o primeiro jornal. A Gazeta do Rio de Janeiro finalmente começou a circular em território nacional. É por isso que essa data foi inicialmente considerada o Dia Nacional da Imprensa. Porém, em 1999, a data foi modificada e passamos a fazer essa comemoração no dia 1º de junho.

Papel da imprensa na sociedade

Dia 1º de junho, Dia Nacional da Imprensa

Do século XIX até os dias atuais, muitas coisas mudaram. A chegada de novas tecnologias mudaram drasticamente como os profissionais praticam o jornalismo. Estamos falando de meios como o rádio, a televisão e a internet. Porém, o papel da imprensa continua sendo extremamente importante e continuará a ser por muito tempo.

A prova de que a imprensa é essencial é o fato de muitos a considerarem o quarto poder de uma democracia. Ela dividira espaço com o Poder Judiciário, o Poder Legislativo e o Poder Executivo Ela ajuda a manter equilibrada a balança de uma sociedade igualitária e justa. Porém, como diz o ditado: um grande poder exige uma grande responsabilidade.

É por isso que nas mãos de pessoas inescrupulosas, a notícia pode se transformar em caso de abuso e manipulação de informação. Manchetes sensacionalistas e notas falsas podem causar um estrago sem tamanho. Por outro lado, quando usada com seriedade e profissionalismo, a imprensa é uma arma incomparável à favor dos direitos humanos e um poderoso veículo contra as injustiças sociais. Com o poder de dar forças, agregar e inspirar, a imprensa registra o passado e promove a construção de um futuro justo e igualitário.

E tudo isso fica bastante evidente no juramento do jornalista no ato de sua colação de grau:

“Juro, no exercício das funções de meu grau de jornalista, assumir meu compromisso com a verdade e com a informação. Juro empenhar todos os meus atos e palavras, meus esforços e meus conhecimentos para a construção de uma nação consciente de sua história e de sua capacidade. Juro, no exercício do meu dever profissional, não omitir, não mentir e não distorcer informações, não manipular dados e, acima de tudo, não subordinar em favor de interesses pessoais o direito do cidadão à informação”.