Descoberta a cura da Alzheimer?

16/12/2016
Cura da Alzheimer ainda não foi descoberta

A Alzheimer é uma doença extremamente cruel. Trata-se de uma condição degenerativa que destrói a memória e outras funções mentais muito importantes. Não é raro encontrarmos pessoas que conhecem vítimas desse mal. Porém, pesquisadores da Universidade de Queensland, na Austrália, têm uma boa notícia. Eles encontraram uma técnica que está sendo considerada a cura da Alzheimer.

É lógico que ainda é cedo para bater o martelo com relação a esse método. A sua eficácia ainda está sendo testada e ainda não há previsão de quando a técnica estará disponível para o uso de todos os pacientes que possuem a doença. O que importa, na verdade, são os avanços conseguidos para combater esse mal. Nesse artigo, além de explicar um pouco mais sobre essa condição, vamos contar qual é e como funciona essa técnica que promete ser a cura da Alzheimer.

Doença de Alzheimer

Como é a cura da Alzheimer?

A Doença de Alzheimer é uma condição incurável e que tende a se agravar com o tempo. Apesar de não possuir cura, a enfermidade pode ser tratada. Ela está frequentemente associada à idade avançada, já que atinge em sua maioria a população idosa. É por conta disso que a doença ficou erroneamente conhecida como “esclerose” ou “caduquice”.

O nome da doença faz referência ao médio Alois Alzheimer, o primeiro a descrever a doença em 1906. Ele estudou e publicou o caso da paciente Auguste Deter, uma mulher saudável de 51 anos que inesperadamente começou a apresentar uma série de sintomas. Além de um quadro progressivo de perda de memória, ela também demonstrava desorientação e distúrbio de linguagem (dificuldade para compreender e se expressar), tornando-se incapaz de cuidar de si própria.

Após o falecimento de Auguste aos 55 anos, o Dr. Alzheimer examinou o seu cérebro para tentar descobrir as causas desses sintomas. A análise levou o médico a descrever as alterações que até hoje são conhecidas como características dessa doença. Hoje, a doença afeta cerca de 2 milhões de brasileiros. No mundo, são mais de 50 milhões de casos registrados.

Como ocorre a Doença de Alzheimer?

Como é a cura da Alzheimer?

Infelizmente ainda não sabemos qual é a causa da Doença de Alzheimer. Porém, conhecemos o seu ciclo de desenvolvimento. Tudo ocorre por conta de algumas lesões cerebrais bem características. São duas principais alterações que acabam acarretando a doença:

  • Placas senis decorrentes do depósito de proteína beta-amiloide, que é anormalmente produzida;
  • E os emaranhados neurofibrilares, frutos da hiperfosforilação da proteína tau.

É importante ressaltar que as alterações cerebrais não acontecem de forma homogênea. Elas geralmente afetam as células nervosas (neurônios) responsáveis pela memória e funções executivas complexas, dificultando a realização de ações simples e que exigem um mínimo de planejamento. Com o tempo, outras áreas acabam sendo afetadas, aumentando bastante a perda para o paciente.

A cura da Alzheimer?

Tratamento e cura da Alzheimer

Por conta da gravidade da doença, tem havido uma corrida para buscar um tratamento efetivo para a condição. É isso que os pesquisadores do Instituto do Cérebro de Queensland desenvolveram recentemente. A técnica, publicada no Science Translational Medicine, usa um tipo específico de ultrassom que envia ondas sonoras para o cérebro de forma invasiva.

Esse método usa feixes que são chamados de ultrassom de foco terapêutico. A técnica tem sido considerada por alguns como a provável cura da Alzheimer por causa dos efeitos promissores que tem apresentado. Porém, reforçando mais uma vez, ainda é cedo para dizer que o método vai realmente erradicar a doença ou mesmo se vai ajudar a retardar/controlar os sintomas causados por esse mal.

Essas ondas sonoras, por oscilarem de forma muito rápida, são capazes de abrir de forma suave a barreira hemato-encefálica. Esse á uma camada que protege o cérebro contra bactérias. O ultrassom também estimula as células microgliais a se moverem. Esses são considerados resíduos de remoção de células, sendo capazes de limpar os aglomerados de beta-amiloide tóxicos, um dos agravantes da Doença de Alzheimer.

Resultados positivos

Cura da Alzheimer

Os pesquisadores da Universidade de Queensland estão otimistas com os resultados dessa técnica. Eles relataram um restauro total das memórias em 75% dos ratos que serviram de cobaias para os testes. Nesses casos, foi constado zero danos no tecido cerebral circundante, o que mostra que é técnica é bem invasiva e pode não ser prejudicial aos pacientes.

Os ratos com a Doença de Alzheimer apresentaram melhora de desempenho em três tarefas de memória. No labirinto, obtiveram melhores resultados. No teste de reconhecimento de novos objetos também foram bem-sucedidos. E, finalmente, na atividade de relembrar os lugares que deveriam evitar também se saíram melhores. Com isso, foi dado um passo a mais para possibilitar a experimentação do método em seres humanos.

Porém, vamos reforçar mais uma vez. Embora alguns estejam considerando essa a provável cura da Alzheimer, ainda é cedo para dizer que a técnica vai de fato ajudar no tratamento da doença. Os testes mostram que sim, mas é impossível prever como o método vai funcionar nos seres humanos. Se funcionar, poderemos comemorar por estarmos nos livrando de uma das condições mais cruéis a afetar os idosos. Vamos torcer!