As 10 maiores descobertas científicas da década segundo a Science

07/05/2012

A revista Science, uma das mais importantes revistas científicas, escolheu os destaques da primeira década do século 21. Biotecnologia e genética dominam a lista. São algumas as 10 maiores descobertas científicas da década segundo a Science

Algumas pessoas podem discordar da lista, mas como a própria revista diz, “a lista cobre apenas uma pequena fração dos avanços científicos da década e, claro, muitos outros poderiam ter preenchido as páginas”. O blog Cientista Maluco fez o post e enumerou as 10, achei interessante e trouxe para cá. Confira:

1. A utilidade do “DNA lixo”

Nas descobertas científicas, os cientistas apontam que o homem possui 21 mil genes, que estão dispostos em apenas 1,5% do total de DNA. E os outros 98,5% restantes? Na última década, foi demonstrado que essa porção, chamada de “DNA lixo”, possui informações importantíssimas: por mecanismos que começam a ser elucidados, ela está diretamente envolvida na regulação do funcionamento de cada um dos 21 mil genes. Outra descoberta importante é que fatores químicos podem influenciar o genoma por gerações, sem necessariamente mudar a sequência do DNA.

2. A constituição do Cosmos

Vários experimentos mostraram mais precisamente o que está acontecendo no Universo. Para as 10 maiores descobertas científicas da década segundo a Science, a Cosmologia se transformou em uma ciência mais precisa, com uma teoria “standard” que deixou pouco espaço para outras ideias. Na década passada, ganhou força a teoria de que o universo é formado por três componentes: 4,56% são de matéria ordinária, como a que constitui estrelas e planetas; 22,7% de matéria “negra”, cuja gravidade mantém a ligação entre as galáxias, e 72,8% de energia “negra”, que alonga o espaço e acelera a expansão do universo. Além disso, algumas técnicas levaram a resultados surpreendentes, como a comprovação de que o Cosmos é plano.

3. Minúsculas máquinas do tempo

O mundo pré-histórico pôde ser mais bem estudado com a descoberta de que moléculas como o DNA e o colágeno podem resistir por milhares de anos. A descoberta permitiu isolar o colágeno de um tiranossauro de 68 milhões de anos. Em 2011, cientistas publicaram o genoma de um Neandertal com muito mais DNA do que havia sido possível sequenciar em 1997, mostrando que este tinha pele clara e cabelo ruivo. Em 2005, duas equipes sequenciaram 27 mil bases do DNA de um urso antigo das cavernas. Outra equipe sequenciou 28 milhões de bases de um mamute e, com isso, descobriu que eles possuíam hemácias especiais adaptadas ao frio, e que a espécie se separou dos elefantes africanos 6 milhões de anos atrás. Em 2008, a mesma equipe sequenciou um mamute inteiro, primeiro genoma de um animal extinto. Também se conseguiu provar que nossos ancestrais tiveram filhos com Neandertais.

4. Água em Marte

Missões espaciais encontraram fortes evidências de que houve água líquida no planeta vermelho bilhões de anos atrás, e por tempo suficiente para sustentar a origem da vida. Como diversos meteoros marcianos sofreram impacto contra a Terra, a vida que floresceu aqui poderia ter se originado lá. Em 2004, a sonda Opportunity, descobriu sinais de antigos oceanos ou lagos em Marte. Mais recentemente, pesquisadores comprovaram a existência de gelo enterrado no solo e até em grandes blocos.

5. Reprogramação celular

As células-tronco embrionárias tem a capacidade de se diferenciar em qualquer outra, mas as que já se diferenciaram, perdem esta capacidade. Recentemente este dogma da biologia clássica foi destruído. Células-tronco pluripotentes podem ser obtidas reprogramando os genes de uma célula adulta do sangue ou da pele, por exemplo. Estas células reprogramadas têm sido testadas em portadores de doenças raras, como Parkinson, esclerose lateral amiotrófica e até no autismo. No entanto, o objetivo principal é conseguir criar células, tecidos e órgãos para transplantes.

6. O microbioma humano

Na última década, mudamos a maneira como vemos os microrganismos do nosso corpo. Nove em cada dez células presentes no homem pertencem a microrganismos. Só no intestino existem mais de mil espécies, que possuem 100 vezes mais DNA do que nosso próprio corpo. Juntos, eles são chamados de “microbioma humano”. Esse conjunto de genes forma o metagenoma, que mantém nosso organismo em funcionamento. Eles regulam características que vão desde a quantidade de energia absorvida dos alimentos até o desenvolvimento do sistema imunológico.

7.  Descoberta de novos planetas

Em 1600, Giordano Bruno, astrônomo, foi queimado em uma Praça de Roma pela Inquisição ao prever a existência de outros planetas além da Terra. Qualquer planeta que orbite uma estrela que não seja o Sol é chamado de exoplaneta. No ano 2000, a Enciclopédia de Planetas Extra-Solares reunia apenas 26 exoplanetas. Hoje reúne 505, alguns dos quais gravitam em órbitas que os astrônomos jamais esperavam. Apenas o telescópio Kepler, da NASA, possui uma lista de outros 700 possíveis.

8. O lado nocivo da inflamação

Na ultima década, as inflamações ganharam uma importância extrema. Vários estudos mostraram que os processos inflamatórios, essenciais para a reparação de tecidos lesados, são responsáveis por mecanismos que provocam as enfermidades mais letais do homem moderno: câncer, aterosclerose, obesidade, Alzheimer, Parkinson, diabetes e outras.

9. Os metamateriais

Cientistas criaram materiais que agem com propriedades que não são normalmente encontradas na natureza. Eles trabalham direcionando a luz e outras ondas eletromagnéticas, conseguindo efeitos considerados impossíveis de forma natural. O mecanismo de manipular a luz desafia os limites de resolução das lentes comuns, o que através da construção de sistemas óticos é capaz de criar a impressão de o que objeto é invisível.

10. Alterações climáticas

Durante os últimos 40 anos, pesquisadores se perguntavam: O mundo está aquecendo? Se sim, é culpa dos humanos? E seria a natureza capaz de superá-lo? Porém, nos últimos anos os cientistas passaram a concordar com as respostas: sim, sim e não, exatamente como supunham. Em 1995 o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas (IPCC) afirmou: “A análise das evidências sugere que os seres humanos estejam influenciando o clima global”. Em 2007, com os dados colhidos pelos pesquisadores, provocaram uma mudança no discurso do Painel: “O aquecimento global é inequívoco, e muito provavelmente é causado pela ação humana”. Os efeitos do aumento da emissão dos gases causadores do efeito estufa nos mares e geleiras foram mais rápidos do que o esperado, e as mudanças de comportamento esperadas por governos de alguns países, como EUA, não estão acontecendo. E nós já vimos aqui no Blog porque não irá acontecer, já que é um evento natural do planeta e a fase agora é de resfriamento.

Fonte: SCIENCE