Esta prática macabra era muito comum no século 17 e em 2006, os bibliotecários da Universidade de Harvard descobriram pelo menos três volumes encadernados em pele humana em um coleção de livros antigos. Um deles parece que a pele foi esfolada de uma pessoa viva! 😮
Especialmente comum em livros didáticos sobre anatomia, o procedimento conhecido como encapamento antropodérmico, era realizado por médicos que costumavam usar a carne de cadáveres dissecadas durante as pesquisas.
O livro da imagem acima, supostamente feito de pele esfolada, é um texto sobre legislação espanhola do século XVII intitulado “Practicarum quaestionum circa leges regias”. Apesar de uma inscrição nomear um falecido e reivindicar que é ele quem encapa o volume, uma técnica para a identificação de proteínas descobriu que o produto, na verdade, é feito da pele de um carneiro.
Segundo especulações, talvez a pele da capa tenha sido humana em algum momento, mas foi trocada pela animal antes de chegar à biblioteca de Harvard em 1946. Ou, talvez, a inscrição tenha sido simplesmente o produto da imaginação de uma pessoa (medonha).
Além desses livros em Harvard, temos conhecimento de outros exemplares encadernados com pele humana. De acordo com o ex-diretor de bibliotecas da Universidade de Kentucky (EUA), Lawrence S. Thompson, a prática data de uma Bíblia francesa do século 13 e tornou-se mais comum nos séculos 16 e 17.
O mais famoso de todos os livros com encapamento antropodérmico reside na biblioteca independente do Boston Athenaeum. Chamado “The Highwayman: Narrative of the Life of James Allen alias George Walton” (ou “Narrativas da Vida de James Allen”, em português), ele reúne as memórias do bandido que o escreveu. Allen ficou impressionado com a coragem de um homem que uma vez atacou, e quando estava enfrentando uma possível execução por seus crimes, pediu para que uma cópia do texto encadernada com sua própria pele fosse dada ao bravo rapaz, em 1837. Imagine ser o destinatário sortudo de tal obra-prima.
Posteriormente em 1972, um livro de poesia erótica espanhola intitulado “El Viaje Largo”, por Tere Medina, também foi coberto com pele humana.
O livro pertence à Biblioteca Bailey da Universidade Slippery Rock (EUA). Dentro da primeira página, é possível ler a seguinte inscrição (em espanhol e em inglês): “A capa deste livro é feita a partir do couro da pele humana. A tribo Aguadilla da região do Planalto Mayaguez preserva a pele dos membros falecidos da tribo. Enquanto a maioria da pele é utilizada somente entre os Aguadillas, alguns exemplos encontram o seu caminho para mercados comerciais, onde há uma demanda pequena, mas constante. Esta capa é representativa dessa demanda”. Interessante!
Via Hypescience