Algumas capas de livros do século 17 eram feitas com pele humana

24/04/2014
Algumas capas de livros do século 17 eram feitas com pele humana (1)

Esta prática macabra era muito comum no século 17 e em 2006, os bibliotecários da Universidade de Harvard descobriram pelo menos três volumes encadernados em pele humana em um coleção de livros antigos. Um deles parece que a pele foi esfolada de uma pessoa viva! 😮

Especialmente comum em livros didáticos sobre anatomia, o procedimento conhecido como encapamento antropodérmico, era realizado por médicos que costumavam usar a carne de cadáveres dissecadas durante as pesquisas.

O livro da imagem acima, supostamente feito de pele esfolada, é um texto sobre legislação espanhola do século XVII intitulado “Practicarum quaestionum circa leges regias”. Apesar de uma inscrição nomear um falecido e reivindicar que é ele quem encapa o volume, uma técnica para a identificação de proteínas descobriu que o produto, na verdade, é feito da pele de um carneiro.

Segundo especulações, talvez a pele da capa tenha sido humana em algum momento, mas foi trocada pela animal antes de chegar à biblioteca de Harvard em 1946. Ou, talvez, a inscrição tenha sido simplesmente o produto da imaginação de uma pessoa (medonha).

Além desses livros em Harvard, temos conhecimento de outros exemplares encadernados com pele humana. De acordo com o ex-diretor de bibliotecas da Universidade de Kentucky (EUA), Lawrence S. Thompson, a prática data de uma Bíblia francesa do século 13 e tornou-se mais comum nos séculos 16 e 17.

O mais famoso de todos os livros com encapamento antropodérmico reside na biblioteca independente do Boston Athenaeum. Chamado “The Highwayman: Narrative of the Life of James Allen alias George Walton” (ou “Narrativas da Vida de James Allen”, em português), ele reúne as memórias do bandido que o escreveu. Allen ficou impressionado com a coragem de um homem que uma vez atacou, e quando estava enfrentando uma possível execução por seus crimes, pediu para que uma cópia do texto encadernada com sua própria pele fosse dada ao bravo rapaz, em 1837. Imagine ser o destinatário sortudo de tal obra-prima.

Algumas capas de livros do século 17 eram feitas com pele humana (2)

Posteriormente em 1972, um livro de poesia erótica espanhola intitulado “El Viaje Largo”, por Tere Medina, também foi coberto com pele humana.

O livro pertence à Biblioteca Bailey da Universidade Slippery Rock (EUA). Dentro da primeira página, é possível ler a seguinte inscrição (em espanhol e em inglês): “A capa deste livro é feita a partir do couro da pele humana. A tribo Aguadilla da região do Planalto Mayaguez preserva a pele dos membros falecidos da tribo. Enquanto a maioria da pele é utilizada somente entre os Aguadillas, alguns exemplos encontram o seu caminho para mercados comerciais, onde há uma demanda pequena, mas constante. Esta capa é representativa dessa demanda”. Interessante!

Via Hypescience