200 criaturas míticas – Parte 1

03/03/2013
A lista definitiva sobre as 200 maiores criaturas míticas de todos os tempos. Conheça Cérberus, Kappa, Kraken, Huitzilopochtli, Tlaloc, Leviatã, Deus Jaguar

200criaturas

Olá gente bonita! Estamos de volta com um top 200! Decidi resgatar a edição das “200 criaturas míticas”. Nós, tempos atrás, tentamos emplacar essa série mas infelizmente não teve continuidade devido à recepção um tanto estranha do público. Para exemplificar a ultima afirmação, a série “200 criaturas míticas” parou na terceira parte por causa de comentários como esse:

Anônimo diz: 

Mano, se esses seres existem mesmo, por que vocês não publicam as fotos?

ou como esse:

Anônimo diz: 

Aí, isso é tudo coisa do Diabo! Rezem e saiam dessa.

Enfim, terminamos escolhendo por encerrar a série e depois que o blog recebeu o ultimo dos seus reset’s – quem acompanha sabe do que eu estou falando – não recuperamos o post. Mas agora vamos dar continuidade.

É importante ressaltar a diferença entre criaturas lendárias da mitologia e da Criptozoologia. As criaturas lendárias que vocês leram no post das “50 criaturas lendárias – Animais da Criptozoologia” são estudadas como animais que possuem uma probabilidade muito pequena de existir, ao contrário das criaturas lendárias da mitologia, como o unicórnio  que mesmo não sendo possível provar sua inexistência, tem uma chance nula de existir (algo em torno de 10^-32, ou seja, as chances são tão pequenas que são desprezíveis). Contudo, alguns animais mitologicos também são estudados pela criptozoologia pelo grande número de pessoas que relatam suas aparições. Por isso, que vocês certamente encontraram um ou outro que já apareceram na lista da criptozoologia aqui nesse post também (no entanto nesse post eles irão ser abordados da forma mitologica e não criptozoologica).

Espero que vocês curtam e simbora! Confira:

200. Cérbero

Na mitologia grega, Cérbero ou Cerberus (em grego – Kerberos = “demónio do poço”) era um monstruoso cão de múltiplas cabeças e cobras ao redor do pescoço que guardava a entrada do Hades, o reino subterrâneo dos mortos, deixando as almas entrarem, mas jamais saírem e despedaçando os mortais que por lá se aventurassem.

A descrição da morfologia de Cérbero nem sempre é a mesma, havendo variações. Mas uma coisa que em todas as fontes está presente é que Cérbero era um cão que guardava as portas do Tártaro, não impedindo a entrada e sim a saída. Quando alguém chegava, Cérbero fazia festa, era uma criatura adorável. Mas quando a pessoa queria ir embora, ele a impedia; tornando-se um cão feroz e temido por todos. Os únicos que conseguiram passar por Cérbero saindo vivos do submundo foram Héracles, Orfeu, Enéias e Psiquê.

Cérbero era um cão com várias cabeças, não se têm um número certo, mas na maioria das vezes é descrito como tricéfalo (três cabeças). Sua cauda também não é sempre descrita da mesma forma, às vezes como de dragão, como de cobra ou mesmo de cão. Às vezes, junto com sua cabeça são encontradas serpentes cuspidoras de fogo saindo de seu pescoço, e até mesmo de seu tronco.

Quanto à vida depois da morte, os gregos acreditavam que a morada dos mortos era o Hades, que levava o nome do deus que o regia, ao lado de Perséfone. Hades era irmão de Zeus. Localizava-se nos subterrâneos, rodeado de rios, que só poderiam ser atravessados pelos mortos. Os mortos conservavam a forma humana, mas não tinham corpo, não se podia tocá-los. Os mortos vagavam pelo Hades, mas também apareciam no local do sepultamento. Havia rituais cuidadosos nos enterros, e os mortos eram cultuados, principalmente pelas famílias em suas casas. Quando os homens morriam eram transportados, na barca de Caronte para a outra margem do rio Aqueronte, onde se situava a entrada do reino de Hades. O acesso se dava por uma porta de diamantes junto a qual Cérbero montava guarda.

Para acalmar a fúria de Cérbero, os mortos que residiam no submundo jogavam-lhe um bolo de farinha e mel que os seus entes queridos haviam deixado no túmulo.

Seu nome, Cérbero, vem da palavra Kroboros, que significa comedor de carne. Cérbero comia as pessoas. Um exemplo disso na mitologia é Pirítoo, que por tentar seduzir Perséfone, a esposa de Hades e filha de Deméter, deusa da fertilidade da Terra, foi entregue ao cão. Como castigo Cérbero comia o corpo dos condenados.

Cérbero era filho de Tífon (ou Tifão) e Equídina, irmão de Ortros e da Hidra de Lerna. Da sua união com Quimera, nasceram o Leão de Neméia e a Esfinge.

199. Tengu

Tengu são criaturas fantásticas do folclore japonês, uma espécie de duende cujas lendas possuem traços tanto da religião budista quanto xintoísta. Habitam florestas e montanhas. O traço físico mais marcante dos Tengu são seus longos narizes. A maioria deles também possui barba. Alguns Tengus têm cabeças de pássaro; estes eram tidos como grandes artistas marciais.

Acreditava-se que possuíam vários poderes sobrenaturais, entre eles a capacidade de mudar de forma, ventriloquismo, teletransporte e a habilidade singular de penetrar no sonho dos mortais. O Tengu é um guerreiro habilidoso, mas sua principal diversão é causar desordem. Eles gostam de pregar peças em sacerdotes budistas que incorrem no pecado do orgulho, as autoridades que usam seu poder ou sabedoria para adquirir fama e os samurais que se tornavam arrogantes. Algumas fontes consideram que pessoas que apresentavam esse tipo de mau comportamento é que se tornavam Tengu, ao reencarnar. Os Tengu antipatizam com aqueles que contrariam as leis do Dharma.

O nome Tengu quer dizer cão do paraíso e possui um equivalente na mitologia chinesa, o Tien Kou (cão celestial). A origem das lenda dos Tengu datam do século VI, logo após o início da expansão do budismo no Japão através de influência da Coréia e da China. Eram particularmente fortes nos arredores do Monte Kurama, onde acreditava-se que ficava a morada do grisalho Sojobo, o rei dos Tengu. As lendas que contam a história do guerreiro Minamoto no Yoshitsune relatam que ele foi aluno do Rei dos Tengu, que teria lhe ensinado habilidades mágicas de esgrima. Existem histórias que descrevem encontros entre Tengu e personagens históricos verídicos como o daimyo Kobayakawa Takakage, que teria conversado com um outro rei dos tengu ao pé do Monte Hiko. Séculos depois, os Tengus começaram a ser considerados formas das divindades xintoístas que guardavam as montanhas.

O papel dos tengu foi mudando drasticamente ao longo do tempo. Em algumas épocas eram tidos como ladrões de crianças, enquanto no período Edo orava-se aos Tengu para que ajudassem a encontrar crianças perdidas. Foram considerados também guardiões de templos.

Ainda durante o período edo, os Tengu eram o tema de várias pinturas no estilo ukiyo-e, nas quais seus longos narizes recebiam uma conotação ora cômica, ora sexual.

198. Kappa

Kappa , Gataro ou ainda Kawako é o nome de um youkai aquático do folclore japonês. Ele pode ser tanto benéfico quanto maléfico e os japoneses acreditam que há algumas maneiras de se proteger contra um kappa maldoso. Os kappa deram também seu nome a uma forma de sushi e a uma série de animação (Kappa Mikey).

É um espírito anfíbio do folclore japonês. Quando plenamente desenvolvido, um kappa tem o tamanho de uma criança de dez anos. Sua pele é escamosa e verde-amarelada; tem cara de macaco, costas de tartaruga; as mãos e os pés têm membranas, para nadar mais facilmente. Talvez seu traço físico mais característico seja uma depressão em forma de pires no topo da cabeça, que deve sempre conter água, para que o kappa possa conservar seus poderes sobrenaturais e sua força extraordinária quando está em terra.

Os kappas vivem em rios, lagos e lagoas, mas nunca hesitam em subir a terra firme em busca de sua presa. Tradicionalmente os contos retratam-nos como mal-intencionados, ávidos por sugar as entranhas de sua vítima e beber seu sangue. Diz-se que adoram especialmente o fígado humano. Mas também são representados como inteligentes e honrados. Diz-se que a humanidade aprendeu a arte de curar fratutas de ossos com um kappa, que ofereceu esse conhecimento em troca do seu braço amputado em uma de suas aventuras de pilhagem. Os braços e as pernas de um kappa, quando presos de novo ao corpo, ficam como novos em questão de dias.

O melhor método para subjugar um kappa é cumprimentá-lo muitas vezes, curvando a cabeça, como fazem os japoneses. Como é uma cortesia fora do comum, o kappa vai sentir-se obrigado a curvar a cabeça, em resposta. Após vários cumprimentos com a cabeça, todo o líquido (que lhe dá poderes e força, fora da água) terá se derramado do topo de seu crânio e ele será forçado a voltar ao seu lar aquático. Outra estratégia para aplacar um kappa mal-intencionado é dar-lhe pepinos para comer, pois todos sabem que é seu alimento predileto. Diz-se que riscar o nome dos familiares na casca de pepinos e depois jogá-los dentro da água protege essas pessoa contra os kappas, que, ao aceitarem os pepinos para comer, ficam moralmente obrigados a não fazer mal a essas pessoas.

197. Yuki-onna

Yuki-onna é um espírito ou youkai encontrado no folclore japonês. É uma figura muito comum na animação, mangá e literatura japonesas.

Segundo o folclore, as Yuki-Onna cantam para seduzir os homens, fazendo-os se perder nas nevascas e morrer congelados. Frequentemente elas aparecem na forma de mulheres belas e jovens, e em muitas lendas elas se apaixonam por homens e se aproximam deles, casando-se e constituindo família, tendo filhos, inclusive. Entretanto, a história de amor sempre finda com o desaparecimento dela num dia de maior bruma ou de tempestade, provavelmente quando o chamado de seu mundo se torna mais forte. Alguns se referem às yuki-onna como o “povo da neve” ou “povo da nevasca”.

196. Oni

Oni são criaturas da mitologia japonesa. O termo Oni é equivalente ao termo “demônio” ou “ogro”, porque tais podem descrever uma variedade grande das entidades. Onis são criaturas populares da literatura, arte e teatro japonês.

Um oni é humanóide; eles geralmente são grandes, mas as vezes pequenos, e têm rostos de homens, macacos ou bestas e ocasionalmente até de pássaros. Freqüentemente possuem chifres, que variam desde pequenas protuberancias a chifres longos, pontudos e espiralados que formam arcos como em um antílope, ou lisos como os chifres de um dragão. Selvagens na natureza, raramente vestem muito mais do que um fundoshi.

A variação mais famosa dos oni – com chifres como de um boi e trajando um fundoshi de pele de tigre, pode ser relacionado ao kimon, a porta do demônio, através da qual os infortunados do mundo devem passar. A porta é encontrada no noroeste, ou no sentido do ushi-tora – Ushi e tora que são os sinais do boi e do tigre.

Por outro lado, a aparência dos oni é derivada provavelmente dos demônios chineses, importados dos contos do submundo budista. Emma-Dai, o rei do jigoku (inferno), é imaginado às vezes como tendo dois assistentes, o aka-oni (ogro vermelho) e o ao-oni (ogro azul ou verde).

O oni ni kanab possui um porrete cravejado com pontas de ferro, o kanab. Mesmo que uma arma tão poderosa pareça desnecessária nas mãos de uma besta tão amedrontadora, de qualquer maneira esses onis são descritos frequentemente carregando estes instrumentos destrutivos.

O oni pode certamente ser encontrado torturando os pecadores no inferno, e ameaçam também seres humanos neste mundo, procurando nas montanhas e povoados de lugares distantes, e montando nas nuvens como os espíritos do vento e do trovão.

Enquanto nos contos folclóricos os onis são geralmente criaturas maliciosas, antropófagas a serem temidas e destruídas por heróis errantes, o oni pode também ter uma função protetora. As telhas onigawara, encontradas na extremidade de telhados japoneses são assim chamadas porque são curvadas originalmente dessa forma para se assemelharem à cara de um ogro, com semblantes ferozes, pretendendo espantar espíritos prejudiciais.

Oni é uma parte chave do feriado japonês conhecido como setsubun. Este festival marca o começo da primavera, e o ano novo no antigo calendário lunar. Pessoas com máscaras do ogro são ritualmente afastados, simbolicamente protegendo o ano vindouro do infortúnio e do mal. Há muito tempo atrás, o oni poderia ser repelido pelo fedor de sardinhas ardentes e outros métodos, mas hoje é o mais popular lançar grãos de soja (que é dito o oni odiar) e gritando “Oni wa soto! Fuku wa uchi!” (“Para fora com demônios! Venha a felicidade!”).

195. Kitsune

Kitsune  é a palavra japonesa para raposa. Raposas são um assunto comum no Folclore Japonês; kitsune refere-se geralmente neste contexto. Histórias as descrevem como seres inteligentes e com capacidades mágicas que aumentam com a sua idade e sabedoria. Entre estes poderes mágicos, tem a habilidade de assumir a forma humana — normalmente aparecem na forma de uma mulher bonita, uma jovem ou uma velha. Enquanto algumas histórias falam que as kitsunes usam essa habilidade apenas para enganar as pessoas — como muitas vezes fazem em folclores — outras histórias as retratam como guardiãs fiéis, amigas, amantes e esposas. Além da habilidade de assumir a forma humana, elas possuem os poderes de possessão, conseguem gerar fogo das suas caudas e da sua boca, o poder de aparecer nos sonhos e o de criar ilusões.

Raposas e seres humanos tem vivido próximos desde o Japão antigo; esta convivência deu origem a lendas sobre essas criaturas. Kitsunes são associadas com a figura do Deus Xintoísta, Inari — Deus do arroz, da fertilidade, da agricultura, das raposas e da industria — , servindo como suas mensageiras. Esta função reforçou o significado sobrenatural da raposa. A qualidade física mais notável da Kitsune são suas caudas, podendo chegar em nove. Quanto mais caudas uma kitsune tiver mais velha, sábia e poderosa ela é. Histórias dizem que leva 100 anos para uma cauda aparecer.Devido a seu poder e influência, pessoas fazem oferendas para elas como se fossem divindades.

Muito dos mitos de raposas do Japão podem ser vistos no folclore da China, Coréia ou Índia. Esses mitos populares contam histórias de raposas que podem ter até nove caudas. Várias dessas histórias foram gravadas no Konjaku Monogatari, uma coleção do século 11 de narrativas Chinesas, Indianas e Japonesas.

Há um debate sobre a origem dos mitos das Kitsunes, não sabem se foi inteiramente de fontes estrangeiras ou parte do folclore japonês, que datam a partir do quinto século d.C. O folclorista japonês Kiyoshi Nozaki argumenta que os japoneses vêem positivamente as kitsunes desde o quarto século d.C.; as únicas coisas importadas da China ou da Coréia eram os atributos negativos em relação a elas. Ele afirma que, de acordo com um livro de registros do século XVI, chamado Nihon Ryakki, as raposas e o ser humano viveram muito próximos no Japão antigo, e afirma que as lendas indígenas sobre as criaturas se formaram em conseqüência desse convívio. A erudita Karen Smyers aponta que a idéia da raposa como sedutora e a conexão dos mitos de raposas ao Budismo foram introduzidas no folclore japonês com as histórias chinesas similares, mas diz que algumas histórias de kitsunes contêm elementos únicos do Japão.

Acredita-se que as Kitsunes possuem uma inteligência superior, vida longa e poderes mágicos. Elas são um tipo de yokai, ou de entidade espiritual, a palavra kitsune é muitas vezes traduzida como espírito da raposa. No entanto, isso não significa que elas são fantasmas, ou que sejam diferentes de raposas normais. Porque a palavra espírito é usada para refletir um estado de conhecimento ou Iluminismo.

Existem duas classificações comuns de kitsune. A zenko , que são raposas benevolentes, celestiais associadas ao Deus Inari; elas são chamadas às vezes simplesmente de raposas de Inari. Por outro lado, as yako tendem a ser mais maliciosas. Tradições locais costumam adicionar mais tipos. Por exemplo, ninko é um espírito de raposa invisível que seres humanos só podem perceber-los quando são possuídos. Outra classificação tradicional é definir a kitsune em uma dos treze tipos existentes, pelas habilidades sobrenaturais que a kitsune possui.

Fisicamente, kitsune são lembradas por ter nove caudas. Em geral, um maior número de caudas indica uma raposa mais velha e mais poderosa; nos folclores dizem que uma cauda crescerá após que a raposa viver 100 anos. Um, cinco, sete e nove caudas são os números mais comuns nas histórias. Quando uma kitsune recebe sua nona cauda, sua pele torna-se prateada ou dourada. Estas Kyuubi no Kitsune ganham a capacidade de ver e ouvir qualquer coisa em qualquer lugar no mundo também adquirem sabedoria infinita (Onisciência).

A kitsune é, sem duvida, um dos yokais mais poderosos da mitologia japonesa, comparavel á um super-heroi de quadrinhos hoje em dia. Uma das suas habilidades mais comuns é a de mudar de forma. Geralmente a de uma jovem e bela mulher (independentemente do genero a da idade atual da raposa), mas há estórias e relatos de kitsunes assumindo outras formas, como um velho, uma criança, ou formas ainda mais fantásticas, como uma árvore de altura incrível ou um segunda lua no céu.

Outras habilidades sobrenaturais comumente atribuída ao kitsune incluem bocas ou caudas que gerem fogo ou relâmpago (conhecido como kitsune-bi, literalmente, a raposa de fogo), a manifestação voluntária nos sonhos dos outros, vôo, invisibilidade, e a criação de ilusões tão complicado que é quase indistinguível da realidade. Alguns contos falam de kitsune com poderes ainda maiores, capazes de manipular o tempo eo espaço, e levar pessoas à loucura. Outras têm características que lembram vampiros ou súcubos e se alimentam da vida ou o espírito dos seres humanos, geralmente através do contato sexual.

Pessoas que são filhos(as) de kitsunes(geralmente porquê o pai delas acaba se casando com uma kitsune em forma humana sem querer) não vão ser nessecariamente raposas, mas podem herdar os poderes sobrenaturais destas. Apesar destes poderes, kitsunes tem uma fraqueza em particular: assim como os gatos, as kitsunes tem um medo patológico de cães, e uma vez que eles aparecem, as kitsunes saem correndo.

194. Kraken

O Kraken era uma espécie de lula ou polvo gigante que ameaçava os navios no folclore nórdico. É um ser que faz parte tanto da criptozoologia, pelos testemunhos que alegam sua real existência, quanto da Mitologia, por estar presente nos contos épicos. Este cefalópode tinha o tamanho de uma ilha e cem braços, acreditava-se que habitava as águas profundas do Mar da Noruega, que separa a Islândia das terras Escandinavas, mas poderia migrar por todo o Atlântico Norte. O Kraken tinha fama de destruir navios, mas só destruía aqueles que poluíam o mar e navios de piratas.

O Kraken também é confundido por ser visto na mitologia grega como uma sépia gigante que controlava as tempestades e as profundezas oceânicas e que habitava uma caverna submersa. No entanto, não há registro do Kraken na mitologia grega.

As histórias de Krakens tinham fundamento, tal como muitas outras histórias de seres fantásticos, numa má observação da fauna, no caso dos Kraken provavelmente em ataques de lulas gigantes ou lulas colossais. Um bom exemplo dessa teoria são as sereias, cujos responsáveis são os registos visuais de dugongos e focas de longe, em nevoeiros.

O Kraken era uma criatura tão temida pelos marinheiros quanto as ferozes Serpentes Marinhas.

Esse ser gigantesco já teve diversas formas. No inicio, em suas primeiras apariçoes nos registros históricos era apenas uma Lula gigante, maior que 20 navios de armada. Posteriormente ganhou um aspecto humanoíde, com feições de Lula. Por fim, virou uma entidade metafísica, capaz de controlar as tempestades, tão forte quanto qualquer um dos deuses do olímpo e tão feroz que nenhum marinheiro ousava passar por locais aonde diziam que o Kraken foi avistado. Kraken constitui o panteão dos seres mais poderosos marinhos, junto com Leviatã e o Jaconius, ambos com diversas aparições durante a História.

Tempos atrás, em 1997, um registro sinistro de som submarinho detectado pelo National Oceanic and Atmospheric Administration chamado “Bloop” fez muita gente apontar como culpado o Kraken. Outros disseram que era Cthulhu – alienígena-deus dos contos de Lovecraft – pelas coordenadas da origem do som serem exatamente a de R’lyeh. Entretanto, nesse ponto é importante levantar uma pequena observação: Cthulhu e Kraken são muito semelhantes em seus aspectos, tão parecidos, que parecem ser o mesmo.

193. Fênix

A fênix ou fénix é um pássaro da mitologia grega que, quando morria, entrava em auto-combustão e, passado algum tempo, renascia das próprias cinzas. Outra característica da fénix é sua força que a faz transportar em voo cargas muito pesadas, havendo lendas nas quais chega a carregar elefantes. Podendo se transformar em uma ave de fogo.

Teria penas brilhantes, douradas, e vermelho-arroxeadas, e seria do mesmo tamanho ou maior do que uma águia. Segundo alguns escritores gregos, a fénix vivia exatamente quinhentos anos. Outros acreditavam que seu ciclo de vida era de 97.200 anos. No final de cada ciclo de vida, a fénix queimava-se numa pira funerária. A vida longa da fénix e o seu dramático renascimento das próprias cinzas transformaram-na em símbolo da imortalidade e do renascimento espiritual.

Os gregos parecem ter se baseado em Bennu, da mitologia egípcia, representado na forma de uma ave acinzentada semelhante à garça, hoje extinta, que habitava o Egito. Cumprido o ciclo de vida do Bennu, ele voava a Heliópolis, pousava sobre a pira do Deus Rá, ateava fogo em seu ninho e se deixava consumir pelas chamas, renascendo das cinzas.

Hesíodo, poeta grego do século VIII a.C., afirmou que a fênix vivia nove vezes o tempo de existência do corvo, que tem uma longa vida. Outros cálculos mencionaram até 97.200 anos.

De forma semelhante a Bennu, quando a ave sentia a morte se aproximar, construía uma pira de ramos de canela, sálvia e mirra em cujas chamas morria queimada. Mas das cinzas erguia-se então uma nova fénix, que colocava piedosamente os restos da sua progenitora num ovo de mirra e voava com ele à cidade egípicia de Heliópolis, onde os colocava no Altar do Sol.

Dizia-se que estas cinzas tinham o poder de ressuscitar um morto. O imperador romano Heliogábalo (204-222 d. C.) decidiu comer carne de fénix, a fim de conseguir a imortalidade. Comeu uma ave-do-paraíso, que lhe foi enviada em vez de uma fénix, mas foi assassinado pouco tempo depois.

Atualmente os estudiosos creem que a lenda surgiu no Oriente e foi adaptada pelos sacerdotes do Sol de Heliópolis como uma alegoria da morte e renascimento diários do astro-rei. Tal como todos os grandes mitos gregos, desperta consonâncias no mais íntimo do homem. Na arte cristã, a fénix renascida tornou-se um símbolo popular da ressurreição de Cristo.

Curiosamente, o seu nome pode dever-se a um equívoco de Heródoto, historiador grego do século V a.C.. Na sua descrição da ave, ele pode tê-la erroneamente designado por fénix (phoenix), a palmeira (phoinix em grego) sobre a qual a ave era nessa época representada.

A crença na ave lendária que renasce das próprias cinzas existiu em vários povos da antiguidade como gregos, egípcios e chineses. Em todas as mitologias o significado é preservado: a perpetuação, a ressurreição, a esperança que nunca têm fim.

Para os gregos, a fénix por vezes estava ligada ao deus Hermes e é representada em muitos templos antigos. Há um paralelo da fénix com o Sol, que morre todos os dias no horizonte para renascer no dia seguinte, tornando-se o eterno símbolo da morte e do renascimento da natureza.

Os egípcios a tinham por “Bennu” e estava relacionada a estrela “Sótis”, ou estrela de cinco pontas, estrela flamejante, que é pintada ao seu lado.

Na China antiga a fénix foi representada como uma ave maravilhosa e transformada em símbolo da felicidade, da virtude, da força, da liberdade, e da inteligência. Na sua plumagem, brilham as cinco cores sagradas.Roxo, Azul, Vermelha, Branco e Dourado.

No ínicio da era Cristã esta ave fabulosa foi símbolo do renascimento e da ressurreição. Neste sentido, ela simboliza o Cristo ou o Iniciado, recebendo uma segunda vida, em troca daquela que sacrificou.

No Acidente na mina San José em 2010, a cápsula que estava retirando um por um dos 33 mineiros foi chamada de Fênix, porquê o resgate deles a uma profundidade muito funda de terra lembra a ressureição da ave mítica das cinzas.

192. Deus Jaguar

[IMG]

O jaguar-homem olmeca, ou Deus Jaguar é um dos mais distintivos e enigmáticos desenhos olmecas encontrados no registo arqueológico.

Embora muitas vezes vistos em figuras de jaguares-homens bebés, este motivo pode também ser encontrado talhado em machados votivos de jade, gravado em várias figuras portáteis de jade e jadeíte, e retratados em vários “altares” (ou tronos), como os de La Venta. Os jaguares-homens bebés são muitas vezes segurados por uma figura estóica sentada.

A figura do jaguar-homem caracteriza-se por uma distintiva boca desdentada e voltada para baixo, olhos amendoados, muitas vezes envergando um toucado com abas laterais ondulantes. Adicionalmente, tal como muitos outros seres sobrenaturais olmecas, o jaguar-homem é muitas vezes retratado com a fronte rachada, de modo semelhante ao jaguar macho que tem uma rachadura vertical segundo o comprimento da sua cabeça.

Embora há algumas décadas se pensasse que o jaguar-homem olmeca era o motivo predominante na arte olmeca, as análises efecuadas ao longos das últimas décadas mostraram que o jaguar-homem, designado Deus IV por Peter Joralemon, é apenas um entre muitos seres sobenaturais.

O Deus Jaguar seria, segundo as incidências de sua imagem, a principal divindade do panteão Olmeca e seu culto poderia estar relacionado com a Guerra (devido ao fatode o Jaguar ser um animal naturalmente agressivo e, por conseqüência, temido),com a Terra (pois segundo algumas crenças Mesoamericanas, os Jaguares seriam os verdadeiros donos do mundo e, algum dia o iriam retomar dos homens), com as Florestas (por motivos óbvios, uma vez que este é o habitat dos Jaguares) e, com menor probabilidade, com o Milho (já que, como vimos e veremos, o milho se disseminou juntamente com a imagem do Jaguar pela América) e com as Chuvas(visto que as florestas onde os Jaguares habitam são úmidas). O culto ao Jaguar era tão forte no mundo Olmeca que possivelmente teria dado origem a uma espécie de culto messiânico.

191. Xipe-Totec

É questionável que este Deus tivesse feito parte do panteão Olmeca, mas alguns arqueólogos dizem ser possível identificar traços da crença nele nos artefatos Olmecas. Xipe-Totec era um Deus cultuado pelos Astecas, mas a crença nele não foi introduzida por este povo chegado do norte, era muito mais anterior, datando certamente de um período anterior a 200 d.C.. Ele era o Deus da Primavera, da Renovação da Vegetação, da Fertilidade e dos Doentes. Era representado por três crânios se abrindo, dando uma idéia de continuidade, de infinito. O único indício realmente forte de que este Deus tenha sido cultuado na época Olmeca é o fato de a crença nele datar de tanto tempo. A crença em Xipe-Totec pode ter caído com o aparecimento de novos deuses.

190. Huehueteotl

Este era outro Deus muito semelhante a Xipe-Totec, seu culto ainda existia no período Asteca, mas diferentemente do anterior, este já estava quase esquecido, sendo adorado apenas por uns poucos sacerdotes. Era o Deus antigo do Fogo. Aquele que (segundo a mitologia Asteca) fora superado por Huitzilopochtli, se tornara o Sol.

Em parte da mitologia Asteca, em seus registros mais antigos, onde Huehueteotl aparece com mais frequencia, falam sobre uma caraterística bizarra desse ser: ele gostava de um humano como “lanchinho”. Ele devorava  humanos, que eram trancafiados em seus templos para saciar sua fome. Contudo, não é certo que os seus sacerdotes reproduziam esse ritual grotesco em seu nome devido à falta de registro sobre essa entidade e seus cultos.

189. Coatlicue- Mãe dos Deuses Astecas

Coatlicue é, na mitologia asteca, a deusa da vida e da morte, mãe dos deuses, da lua e das estrelas. Sofreu tentativa de assassinato por sua primogênita Coyolxauhqui (também conhecida como a própria Lua) e seus 400 filhos, os Centzon Huitznauhtin (irmãos de Coyolxauhqui e representantes das estrelas no céu) após quebrar o celibato e engravidar do “Deus Céu” que veio em forma de pássaro e deixou uma oferenda de plumas, resultando no nascimento de seu filho e salvador, Huitzilopochtli (futuro Deus da Guerra da Mitologia Asteca) que nasceu fruto dessa “união” sem relações sexuais.

188. Ometecuhtli – Deus Asteca da criação

Ometecuhtli (O Senhor Deus) e Omecihuatl, A Senhora Deus, formavam a dualidade criadora na religião mexica.
Eruditos como Miguel León-Portilla traduzem Ometeotl/Omecihuatl como Senhor(a) da Dualidade, implicando um único deus de caráter dual.

Ometecuhtli representa a essência masculina da criação. É esposo de Omecihuatl e pai de Tezcatlipoca vermelho (Xipe Tótec), Tezcatlipoca preto (Tezcatlipoca), Tezcatlipoca branco (Quetzalcoatl), e Tezcatlipoca azul (Huitzilopochtli).

Este é um deus antigo, que não tinha templos, e era quase desconhecido pelo povo, mas muito nomeado nos poemas das classes altas. Devido a ser mencionado de uma maneira que parece ignorar o restante da cosmogonia asteca, Miguel León-Portilla sugestiona que talvez os sábios astecas estavam num processo de aglutinar os demais deuses nesta deidade.

Omecihuatl (Mulher dois, Senhora da Dualidade), deusa que representa a essência feminina da criação na religião mexica. Esposa de Ometecuhtli. Também é conhecido como tonacacihuatl, Senhora da nossa carne.

Ometeotl é também chamado “in Tonan, in Tota, Huehueteotl”, “Mãe a nossa, Pai o nosso, Velho Deus”. Como dualidade e unidade masculino-feminina, reside em Omeyocann, “o Sítio da Dualidade”, que, pela sua vez, ocupa o mais alto lugar dos céus. São pais do Universo e quanto há nele. Como “Senhor e Senhora da Nossa Carne e Sustento”, subministra a energia cósmica universal da qual todas as coisas derivam, bem como a continuidade da sua existência e sustento. Prove e mantém o ritmo oscilante do universo, e confere a cada coisa a sua natureza particular. É em virtude destes atributos que são chamados de “O Um Mediante O Qual Todos Vivemos” e quem “é o verdadeiro ser de todas as coisas, preservando-as e nutrindo-as”. Por ser metafísicamente imanente, Ometeotl é chamado Tloque Nahuaque, amo do vizinho e o afastado ou o que está perto de todas as coisas e de quem todas as coisas estão perto. Em tanto epistemologicamente transcendente, chamado de Yohualli-ehecátl, Um que é Invisível (como a noite) e Intangível (como o vento). Recebe também os nomes de Moyocoyatzin, “o inventor de si mesmo” e Ipalnemohua, “o dador de vida”.

187. Tlaloc – deus da chuva, o senhor do raio, do trovão, do relâmpago, senhor do inferno

Tlaloc (“Aquele que descansa sobre a terra”), também chamado Nuhualpili, é o deus asteca da chuva, fertilidade e do relâmpago, e é um dos mais antigos deuses adorados na Mesoamérica- as primeiras imagens que podem ser identificadas como Tlaloc datam do século 1 dC em vasos de Tlapacoya. Nestas pinturas, Tlaloc está representado criando relâmpagos. Os astecas retratavam Tlaloc com um jarro de barro ou panela em que ele guardava as águas da chuva. Tlaloc também tem dentes de onça e de olhos grandes – alguns pensam que Tlaloc era parte jaguar, um atributo que pode ter derivado da religião olmeca onde o jaguar-homem era a divindade primária.Seus equivalentes em outras culturas da mesoamérica são Chac (deus da chuva maia) e Cocijo (deus da chuva Zapoteca).

Os astecas acreditavam que Tlaloc vivia em cavernas nas montanhas onde ele guardava grandes estoques de tesouros. Talvez ligado a isso, estava a sua imagem como um “provedor” para as pessoas através das chuvas. Tlaloc governou a terceira das cinco eras astecas.

Tlaloc era casado com Chalciuhtlicue, deusa da água, e irmã da deusa da fecundidade, Chicomecoatl, que aparecia empunhando espigas, fruto da fertilidade da terra. Por vezes Tecciztecatl, deus da Lua, era considerado seu filho. Ele também era irmão do deus Huixtocihuatl.

Os astecas acreditavam que Tlaloc mantinha água em um jarro de barro e quando ele o quebrava, causava as chuvas. Os astecas também acreditavam que ele tinha três outras jarras. A segunda seria causar a doença nos seres humanos e pragas nas lavouras, a terceira, geada, e o a quarta traria destruição completa se ele a esvaziasse ou a quebrasse.
Com sua consorte Chalchihuitlicue, Tlaloc governou a terra paraíso de Tlalocan, um reino onde viviam mortais que morreram por ações de Tlaloc – por exemplo, ser atingido por um raio ou afogamento em uma inundação. Ele também governava sobre aqueles que morreram de lepra e outras doenças contagiosas.

Nos primeiros 3 meses do calendário asteca e também durante o festival de Hueytozoztli, “Grande Relógio” (festival para incentivar o crescimento do milho) crianças eram sacrificadas à Tlaloc por afogamento; crianças órfãs eram especialmente procuradas para esse fim . Também eram oferecidos ao deus virgens e crianças de peito. Afogavam as crianças no lago e ingeriam-nas depois de as cozer. Se alguma das mães chorasse durante esta cerimónia toda a assistência se alegrava,uma vez que era sinal de que choveria para que as colheitas crescessem. Com a chegada do cristianismo esta tradição foi substituída por ofertas (que ainda hoje se fazem), que se intensificaram em épocas de falta de água.

Tlaloc possuía um grande templo em Tenochtitlán, que, com Huitzilopochtli, fez o Hueteocalli, “Grande Templo”, uma dupla pirâmide que era o foco do ritual religioso asteca.

186. Huitzilopochtli- Deus Asteca da Guerra, das Tempestades e do Sol

Huitzilopochtli (traduzido por Beija-flor Azul ou Beija-flor Canhoto ou ainda Beija-flor do Sul) era o deus do Estado, das tempestades, do sol e da guerra asteca. Era o padroeiro da cidade de Tenochtitlán, capital da confederação asteca. Este deus asteca era filho de Coatlicue (“a da saia de serpente”). Suas irmãs eram Coyolxauhqui e Malinalxochitl, uma feiticeira bonita, que também era sua rival. Seu mensageiro ou imitador foi Paynal.

Em um dos mitos da criação gravados, Huitzilopochtli é um dos quatro filhos de Ometeotl, e ele fez o primeiro fogo a partir do qual Quetzacoatl criou metade do sol.

Este deus costuma ser representado todo de azul, todo armado, com penas de colibri na perna esquerda, um rosto negro, e segurando um cetro em forma de uma serpente e um espelho. Também a águia da coragem o personifica.

Eram, principalmente os prisioneiros de guerra que se aproveitavam para sacrificar ao deus.

Segundo Sahagún, Huitzilopochtli era um guerreiro robusto, forte e um grande destruidor de cidades e homens. Nas guerras ele era como “fogo vivo”, e temido pelos adversários. Seu emblema era de uma “cabeça de dragão que vomitou fogo de sua boca” (xiuhcoatl). Ele também pode se transformar em diferentes aves e animais.

Seu nascimento é relatado da seguinte forma: Coatlicue estava executando trabalhos sagrados na Montanha da Serpente, perto da cidade de Tula, e quando lhe caiu uma bola de plumas de tentilhão em cima, fazendo com que ela engravidasse. A sua filha Coyolxauhqui e os seus outros quatrocentos filhos (os chamados Centzon- Huitznauhas) revoltaram-se por ela ter engravidado de forma tão vergonhosa e decidiram reunir um exército para combatê-la. Mas Huitzipochtli tomou conhecimento do plano ainda no ventre enasceu do ventre de sua mãe totalmente crescido e armado dos pés à cabeça com uma armadura azul. Atacou a sua irmã com um cetro ardente em forma de serpente, cortando-a em pedaços e matou os irmãos restantes. Ele jogou a cabeça de sua irmã para o céu, onde se tornou a lua, de modo que sua mãe estaria confortado em ver sua filha no céu todas as noites. Ele jogou os outros irmãos e irmãs para o céu, onde se tornaram as estrelas. Foi desta maneira que se tornou o chefe dos astecas e lhes forneceu uma série de sinais que indicariam o sítio em que deviam fundar a sua cidade.

Tenochtitlán a capital do império tem sua origem diretamente ligada ao culto de Huitzilopochtli. De acordo com o Codex Aubin, os astecas veio originalmente de um lugar chamado Aztlan. Eles viviam sob o governo de uma elite poderosa chamada a “Azteca Chicomoztoca”. Huitzilopochtli ordenou a abandonar Aztlan e encontrar um novo lar. Ele também ordenou que eles não se chamassem mais “Asteca”, em vez disso eles devem ser chamados “Mexica”. Huitzilopochtli os guiou durante a jornada. Por um tempo, Huitzilopochtli deixou a cargo de sua irmã, Malinalxochitl, que, segundo a lenda, fundada Malinalco, mas os astecas se ressentiam sua decisão e chamou de volta Huitzilopochtli. Ele colocou sua irmã para dormir e ordenou que os astecas deixassem o local. Quando ela acordou e percebeu que ela estava sozinha, ela tornou-se irritada e desejou se vingar. Ela deu à luz um filho chamado Copil. Quando ele cresceu, ele enfrentou Huitzilpochtli, que teve que matá-lo. Huitzilopochtli então pegou seu coração e jogou no meio do lago Texcoco. Muitos anos depois, Huitzilopochtli ordenou que os astecas procurassem o coração de Copil e construissem sua cidade sobre ele. O sinal seria uma águia empoleirada num cacto, comendo uma serpente. Os astecas finalmente encontraram a águia, que se inclinou para eles, e eles construíram um templo no lugar, que se tornou Tenochtitlan (que significa “Local do fruto do Cacto”). Existem versões diferentes deste encontro.

Huitzilopochtli era uma divindade totalmente asteca sem nenhuma conexão com outra civilização mesoamericana diferentemente de outros deuses do panteão asteca. E era o principal deus cultuado na capital do império Tenochtitlán. Comumente representado com seus membros pintados de azul com penas de beija-flor em sua perna esquerda além de uma lança cerimonial. A guerra e a morte estão bem entrelaçadas em suas manifestações rituais. Os beija-flores, na cultura asteca e a ele associado em seu nome, eram considerados como sendo a alma de guerreiros perecidos que acompanhavam o Sol (Huitzilopochtli) em sua ronda diária pelo céu. O mito não deixa totalmente esclarecido se Huitzilopochtli foi um herói factualmente existente e posteriormente transformado em uma divindade ou se foi concebido como tal no panteão asteca, acredita-se que ele tenha iniciado a migração realizada pelos ancestrais do que depois seriam chamados de astecas em direção ao Lago Texcoco no século XII e as lendas em torno de nascimento apenas reforçam o que seria na verdade a transformação de um homem em divindade. Durante a migração rumo ao Lago Texcoco onde o império asteca de fato se estabeleceria uma figura de Huitzilopochtli foi conduzida por quatro sumo-sacerdotes onde segundo o mito teria feito promessas de vitórias em batalhas e conquistas sobre outros povos, consolidando seu caráter guerreiro.

185. Mixcóatl – Deus Asteca das Tempestades e da Caça

Arquivo:Mixcoatl1.jpg

Mixcoatl como descrito no Telleriano Codex-Remensis.

Mixcoatl (nahuatl: Mixcōhuātl, “serpente nuvem”, pronunciado [. Miʃ.ko ː wa tɬ ː]), ou Camaxtli, era o deus da caça e era identificado com a Via Láctea, as estrelas, e os céus em várias culturas mesoamericanas. Ele foi o patrono da Otomi, chichimecas, e vários grupos que reivindicaram a descida da chichimecas. Enquanto Mixcoatl fazia parte do panteão asteca, seu papel era menos importante do que o de Huitzilopochtli, que era a sua divindade central. Sob o nome de Camaxtli, Mixcoatl era adorado como a divindade central da Huejotzingo e Tlaxcala.

Mixcoatl é representado com uma máscara preta sobre os olhos e distintivo vermelho e branco “listras doce-de-açúcar”, pintado em seu corpo. Esses recursos são partilhados com Tlahuizcalpantecuhtli, o Senhor da Alvorada, o deus da estrela da manhã. Ao contrário Tlahuizcalpantecuhtli, Mixcoatl geralmente pode ser distinguido pelo seu equipamento de caça, que incluiu um arco e flechas, e uma rede ou uma cesta para a realização do jogo morto.

Mixcoatl foi um dos quatro filhos de Tonacatecuhtli, que significa “Senhor do nosso sustento”, um deus criador idade, e Cihuacoatl, uma deusa da fertilidade e patrona das parteiras. Às vezes Mixcoatl era adorado como o aspecto “vermelho” do deus Tezcatlipoca, o “Espelho Esfumaçado”, que era o deus dos bruxos, governantes e guerreiros. Em uma história, Tezcatlipoca transformou-se em Mixcoatl e inventou a simulação de incêndio através da rotação dos céus ao redor de seus eixos, trazer o fogo à humanidade. Junto com este simulacro de incêndio cósmico, Mixcoatl foi o primeiro a atingir o fogo com pederneira. Tais eventos fizeram Mixcoatl um deus da Via Láctea, junto com a guerra e da caça.

Mixcoatl foi pai de 400 filhos, conhecidos coletivamente como o Centzon Huitznahua, que acabaram tendo seus corações comidos por Huitzilopochtli. O Centzon Huitznahua encontravam a morte quando eles, e sua irmã Coyolxauhqui, depois de encontrar sua mãe grávida Coatlicue, conspiraram para matá-la. No entanto, quando eles atacaram ela deu à luz Huitzilopochtli completamente formado e armado, que começou a matar os seus meio-irmãos. Mixcoatl também foi relacionado para 400 deuses, os Centzonmimixcoa, a quem, juntamente com os seus 3 irmãos (todos diferentes dos citados acima) e sua irmã, que ele matou por emboscada. Mixcoatl também foi pensado como sendo o pai de outra divindade importante, Quetzalcoatl, a serpente emplumada.

Então o pai de Quetzalcoatl Mixcoatl foi assassinado; Quetzalcoatl foi então informado por Cozcaquauhtli que os tios, que haviam matado seu pai foram Apanecatl, Zolton e Cuilton.

Quecholli, a vintena 14, o mês de 20 dias asteca, foi dedicado à Mixcoatl. A celebração deste mês consistiu da caça e da festa no campo. Os caçadores tomariam a forma de Mixcoatl vestindo-se como ele, acendendo um novo fogo para assar a caça abatida. Juntamente com estas práticas, o homem e a mulher seriam sacrificados à Mixcoatl em seu templo.

184. Tezcatlipoca- Deus Asteca, senhor do fogo e da morte

Se você já jogou Broken Sword deve lembrar desse carinha. Tezcatlipoca é um dos três grandes deuses da mitologia asteca: é o deus do céu noturno, da lua e das estrelas; senhor do fogo e da morte. Uma das figuras mais temidas do panteão asteca, criador do mundo, vigilante das consciências. Ás vezes é representado como um jaguar e carrega no peito um espelho através do qual podia ver toda a humanidade. É conhecido como “O Senhor do Espelho Fumegante”. As traduções para o nome de Tezcatlipoca são bem variadas e, algumas vezes, até contraditórias. Apesar de haver uma certa convergência quanto a tradução literal dos dois principais termos que compõe o nome do deus (Tezcatl e Poca), especialistas em náhuatl concordam que as questões referentes a esse debate não estão fechadas.

Tezcatl é freqüentemente traduzido por refletir ou espelho. Poca significa fumo, fumaça. Com a junção dos dois termos, teríamos a tradução mais usual: espelho fumegante.

Muitos estudiosos afirmam que a palavra tletl (luz) estaria localizada entre os dois termos anteriores, formando espelho de luz fumegante, mas essa hipótese não é confirmada.

Alguns especialistas de Tlaxcala apontam para a palavra Pucah, do idioma Otomi, que significa negro, mas a junção de dois idiomas, com o objetivo de compreender a etimologia do nome de um deus, é muito contestada.

Segundo uma lenda mexica, relatada pelo frei Andrés de Olmos, à pedido do Sol, os deuses se auto-sacrificaram no processo de criação do universo. Isso aconteceu em Teotihuacan e provocou um grande desespero nos seres humanos, que passaram a vagar à procura de seus deuses, chorando e rogando. Num determinado momento, Tezcatlipoca os encontrou e se compadeceu, orientando-os para que preparassem uma festa, com muita música e preces em sua honra. Finalmente, os deuses voltaram a se comunicar com seus filhos humanos e desde então, as preces e a música se tornaram elementos fundamentais nos cultos da região.

Desta forma, Tezcatlipoca é encarado como o deus responsável pela introdução desses elementos, além dos sacrifícios, na religião asteca.

183. Tifão/Tífon

Tifon é o deus da seca, mas não se pode nem um pouco compára-lo em poder com um deus, ele é uma criatura extremamente cruel e poderosa, tão poderosa que todos os deuses fugiram ao vê-la.

Tifon é filho de Gaia e Tártaro, mas ele não nasceu de Gaia, Gaia ao perceber que estava gravida aproveitou e transformou seu ainda não nascido filho em uma semente e deu a Hera, Hera sem suspeitar de nada plantou a semente no jardim do Olimpo, quando Tifon surgiu todos os deuses fugiram apavorados para o Egito e se transformaram em animais. Todos fugiram menos Atena que não teve covardia e se manteve em sua própria forma, Zeus irritado com a própria covardia volta a sua forma normal pega foice que Cronos usou para castrar Urano e ataca o terrível Tifon, mas de nada adianta, pois Tifon facilmente desarma Zeus e ainda utiliza a foice para arrancar os nervos principais de Zeus o deixando inconsciente. Ele arrasta Zeus para uma caverna e o prende, pede para que a monstra Delfina vigie Zeus enquanto ele sai a procura dos outros deuses. Em resumo, Tifon nasce e já coloca ordem na casa mostrando para que veio!

Hermes junto com Pan, conseguem libertar Zeus assustando Delfina (pois Pan é deus do medo também). Hermes acha as veias e as costura, Zeus imediatamente vai para o Olimpo e luta contra Tifon em uma batalha de gigantescas proporções que a terra, o céu e o mar começam a tremer. Zeus vence e prende Tifon no monte Edna onde Hefesto coloca suas mais pesadas bigornas por cima de suas cabeças, impedindo que ele se liberte.

Hesíodo descreveu Tifon em um texto :

Tifon era tão alto que a sua cabeça batia nas estrelas, os braços enormes bloqueavam os raios do sol, e carvões em brasa saíam da sua boca. Havia um dragão de cem cabeças com línguas escuras em seus ombros, e dos seus olhos labaredas dardejavam. Sons estranhos provinham dessa cabeças. Algumas vezes os deuses podiam entendê-los facilmente, mas em outras pareciam os berros de touros enfurecidos. As vezes, rosnavam como leões, no momento seguinte, como cachorrinhos.

182. Quetzalcóatl- Deus Asteca Pássaro-Serpente

 Quetzalcóatl é uma divindade das culturas de Mesoamérica, em especial da cultura asteca, também venerada pelos toltecas e maias. É considerada por alguns pesquisadores como a principal dentro do panteão desta cultura pré-hispânica. Os astecas incorporaram esta deidade em sua chegada ao vale do México, no entanto modificaram seu culto, eliminando algumas partes, como a proibição dos sacrifícios humanos.

O nome de Quetzalcóatl é composto de duas palavras de origem náuatle: quetzal, que é uma ave de formosa plumagem que habita a selva centroamericana e cóatl, “serpente” e é usualmente traduzida como “Serpente Emplumada”, “Pássaro Serpente”, ou “Pássaro Serpente da Guerra”; Especula-se que a origem desta deidade provém da cultura olmeca, no entanto sua primeira aparição inequívoca ocorreu em Teotihuacan. A cultura teotihuacana dominou durante séculos o planalto mexicano. Sua influências culturais abarcaram grande parte da mesoamérica, incluindo as culturas maia, mixteca e tolteca. Os maias retomaram a Quetzalcóatl como Kukulkán.

Quetzalcoatl representa as energias telúricas que ascendem, daí a sua representação como uma serpente emplumada. Neste sentido, representa a vida, a abundância da vegetação, o alimento fisico e espiritual para o povo que a cultua ou o indivíduo que tenta uma ascese espiritual.

Posteriormente, passou a ser cultuado como deus representante do planeta Vênus, simultaneamente Estrela da Manhã e Estrela da noite, correspondendo, com o seu gêmeo Xolotl, à noção de morte e ressurreição. Deus do Vento e Senhor da Luz, era, por excelência, o deus dos sacerdotes. É às vezes confundido com o rei sacerdote de Tula. Governava o leste.

Segundo fontes incertas e tradições orais, uma das representações deste deus é um homem branco, barbado e de olhos claros. Esta representação seria uma das justificativas da teoria de que os povos indígenas, durante a conquista da Nova Espanha (Mesoamérica), acreditaram que Hernán Cortez era Quetzalcóatl. O acadêmico multiculturalista Serge Gruzinski, analisando as crônicas do século XVI sobre a conquista do México, compartilha da crença de que os astecas realmente acharam que Cortez fosse Quetzalcóatl e essa é uma das razões pela qual os espanhóis dominaram tão facilmente a América Central.

O cacau, fruto tipicamente americano, era usado durante os rituais ao deus como uma bebida quente, o xocóatl, bebida que deu origem ao chocolate tão apreciado atualmente.

181. Pássaros do Trovão – Thunderbirds

http://images3.wikia.nocookie.net/__cb20110817185134/warriorsofmyth/images/a/a4/Get-attachment.aspx.jpg

Thunderbirds são predominantes em toda a cultura nativa da América do Norte, a partir do noroeste do Pacífico, para as Grandes Planícies, e até ao Sudoeste. Embora existam diferenças de número e características, cada grupo acredita que as asas de Thunderbird causam um trovão, quando voam, que de seus olhos saem relâmpago e que poderiam criar tempestades e convocar nuvens.

Dependendo da história, o Thunderbird pode ser uma entidade como deus, ou uma espécie de semi-deuses. Um bando de thunderbirds provavelmente poderia derrubar a maior parte dos Estados Unidos, considerando como somos dependentes da electricidade.

Thunderbirds também fazem parte da criptozoologia, pois existem relatos de pessoas que afirmam ter avistado o tal passáro gigantesco pelos céus. Os nativos americanos dizem que o vôo do Thunderbird sobre uma determinada era presságio de desgraça pois não iria tardar para uma tempestade furiosa devastar a região.

180. Jinshin Mushi

Estes são besouros lendários do Japão que poderiam causar terremotos. Segundo lenda seus corpos geram ondas sonoras que ressoam na frequência perfeita, fazendo desmoronar certos minerais em segundos. Em um país com tanta agitação geológica como o Japão, a morte por um terremoto é um medo real. Então, imagine o tipo de destruição que pode causar em uma escala continental.

179. Leviatã

O Leviatã é sem duvidas, a mais poderosa criatura dos mares. Ele é um antigo ser mitológico, dotado de imensos poderes sobrenaturais e com de enormes proporções físicas.

Era bastante comum no imaginário dos navegantes europeus da Idade Moderna, existindo uma infinidade de relatos de encontros assombrosos com esse demônio marinho durante as explorações dos antigos navegadores. A descrição que prevalece entre tantas é que Leviatã é uma mistura de Serpente do Mar com Dragão, com quase 100 metros de comprimento, capaz de destruir navios sem o mínimo de esforço.

Durante a Idade Média Leviatã foi considerado pela Igreja Católica, como o demônio representante do quinto pecado, a Inveja, também sendo tratado com um dos sete príncipes infernais.

No Antigo Testamento, o Livro de Jó, capítulos 40 e 41, aponta a imagem mais impressionante do Leviatã, descrevendo-o como o maior (ou o mais poderoso) dos monstros aquáticos. No diálogo entre Deus e Jó, o primeiro procede a uma série de indagações que revelam as características do monstro, tais como “ninguém é bastante ousado para provocá-lo; quem o resistiria face a face? Quem pôde afrontá-lo e sair com vida debaixo de toda a extensão do céu?… Quem lhe abriu os dois batentes da goela, em que seus dentes fazem reinar o terror?… Quando se levanta, tremem as ondas do mar e as vagas do mar se afastam. Se uma espada o toca, ela a ele não resiste, nem a lança, nem a azagaia, nem o dardo. O ferro para ele é palha, o bronze pau podre” (Bíblia Sagrada, 1957: 656). Na bíblia também é dito que um dia Deus enviara o colossal monstro terrestre Behemoth para matar o demônio marinho Leviatã. Eles terão uma grande batalha, onde os dois morrerão, mas Behemoth sairá vitorioso por cumprir sua missão.

A origem histórico-mitológica de tais animais descritos na Bíblia é uma questão um tanto obscura. Ambos animais têm sido associados a algumas sagas, o leviatã talvez esteja associado ao “Tiamat”, uma divindade da saga da Babilônia. Uma lenda ainda mais antiga sobre o Leviatã diz que este monstro é na verdade o guardião de um tesouro submarino. Sua forma tambem é variável, podendo ser até um dragão. Lendas mais recentes dizem que o Leviatã seria o guardião de Atlantis.

Alguns historiadores relacionam o Leviatã a uma baleia, pois os povos antigos temiam essas gigantes do mar, assim como temem o Leviatã.

178. Djinn

Gênio é a tradução usual em português para o termo árabe “jinn | جن”, uma vez que na mitologia árabe pré-islâmica e no Islã, um jinn (também “djinn” ou “djin”) é um membro dos jinni (or “djinni”), uma raça de criaturas sobrenaturais. A palavra “jinn” significa literalmente alguma coisa que tem uma conotação de dissimulação,invisibilidade, isolamento e distanciamento. A palavra em português vem do Latim genius, que significa uma espécie de espírito guardião ou tutelar do qual se pensava serem designados para cada pessoa quando do seu nascimento. Portanto, o gênio é concebido como um ente espiritual ou imaterial, muito próximo do ser humano, e que sobre ele exerce uma forte, cotidiana e decisiva influência. A palavra latina tomou o lugar da palavra árabe, com a qual não está relacionada.

De acordo com a mitologia, os jinni foram criados dois mil anos antes da feitura de Adão e eram possuidores de elevada posição no paraíso, grosso modo igual ao dos anjos, embora na hierarquia celeste fossem provavelmente considerados inferiores àqueles. Deles é dito serem feitos de ar e fogo. Depois que Deus fez Adão, todavia, sob a liderança do seu orgulhoso líder Iblis, os jinni se recusaram a curvar-se perante a nova criatura. Pela sua má conduta, os jinni foram expulsos do paraíso, tornando-se entes perversos e asquerosos. Iblis, que foi atirado com eles na Terra, tornou-se o equivalente do Satanás cristão.

É curioso notar que na literatura hebraica, Lilith, a suposta primeira esposa de Adão, também foi similarmente punida por Deus pela mesma atitude: a recusa em se submeter ao homem. Convertida em demônio, Lilith passou então a infernizar a humanidade.

Na Terra, os jinni teriam adotado as míticas Montanhas Káf (que supostamente circundam o mundo) como seu lar adotivo. Todavia, sendo compostos de fogo ou ar e tendo a capacidade de assumir qualquer forma humana ou animal, os jinni podem residir no ar, no fogo, sob a terra e em praticamente qualquer objecto inanimado concebível: pedras, lamparinas, garrafas vazias, árvores, ruínas etc. Na hierarquia sobrenatural, os jinni, embora inferiores aos demônios, são não obstante extremamente fortes e astuciosos. Eles possuem todas as necessidades físicas dos humanos, podendo até mesmo serem mortos, mas estão livres de quaisquer restrições físicas.

Nem todos os jinni são casos totalmente perdidos. De alguns diz-se que possuem uma disposição favorável em relação à humanidade, ajudando-a quando precisa de ajuda, ou mais provavelmente, quando isto é conveniente para os interesses do jinn. Na maioria dos casos citados na literatura e no folclore, contudo, eles se divertem em punir os seres humanos por quaisquer atos que considerem nocivos, e são assim responsabilizados por muitas moléstias e todos os tipos de acidentes. Todavia, quem conhecer os necessários procedimentos mágicos para lidar com os jinni, pode utilizá-los em proveito próprio.

 Já na cultura islâmica a abordagem dos Djinns é diferente. A crença nos Djinn era corrente na antiga Arábia, onde se dizia que inspiravam poetas e adivinhos. O próprio Profeta Muhammad temeu a princípio que as revelações divinas que lhe foram feitas pudessem ser obra dos Djinn. O fato de que posteriormente tenham sido reconhecidos oficialmente pelo Islamismo implica que eles, como os seres humanos, serão eventualmente obrigados a encarar a salvação ou a danação perpétua.

Os Djinn sempre foram figuras fáceis no folclore do norte da África, e nos países sob influência cultural islâmica eles também penetraram graças à literatura árabe (particularmente As Mil e Uma Noites) e às descrições do Corão.

No Corão, os Djinn são freqüentemente mencionados e a sura 72, intitulada Al-Jinn, é inteiramente dedicada a eles (sura ou surata é o nome dado a cada capítulo do Alcorão). Outra sura (Al- Naas) menciona os Djinn no último versículo. Realmente, é dito que o Profeta Muhammad foi enviado para ser o profeta de ambos, da “humanidade e dos Djinn”.

Os Djinn podem ser considerados gênios apesar de hoje em dia falar-se de vários espíritos com nome de Djinn. Na antiguidade acreditava-se que um Djinn era a reencarnação do Faraó. Segundo alguns historiadores egípcios o faraó que mais ligações possuía com estes seres era Akhenaton cujo nome inicial foi Amen-hotep IV. Este faraó tentou convencer os seus súditos a acreditarem num único deus: Aton. Este particular deus era representado pelo próprio faraó e não possuía qualquer imagem própria. Apesar de muitas pessoas pensarem que esta tentativa de Akhenaton devia-se ao fato de ele querer retirar o poder dos sacerdotes, existem também crenças de que esta nova religião estava inteiramente ligada aos Djinn. Aton seria assim, um Djinn que o faraó conhecera e venerara como a um deus, devido à capacidade de este conseguir realizar desejos.

Os Djinn possuíam características próprias como a sua capacidade de materializar objetos, comida ou outros, e a sua grande capacidade de viver mais tempo que os mortais. Os Djinn podiam caminhar no dia-a-dia por entre as pessoas comuns sem serem reconhecidos pois possuíam aparência humana. Pensa-se que tenha sido daí que a princesa Xerazade tenha tirado a idéia para relatar o primeiro conto de Aladin e de todos os outros contos sobre gênios que ela relatou. Os Djinn, segundo historiadores, eram seres que amavam o calor e dependiam do fogo.

Os tipos mais comum de Djinn são:
Ghul: espíritos traiçoeiros que mudam de forma;
Ifrit: espíritos diabólicos;
Si’la: espíritos traiçoeiros de forma invariável.

Poderes Conhecidos 
Alterar a realidade: pode colocar as pessoas em uma realidade falsa por tocá-los;
Intoxicação pelo Toque: Eles podem envenenar qualquer pessoa que quer apenas tocá-los;
Força sobre humana: eles são infinitamente mais fortes que os humanos;
Homem disfarçado: Djiins pode passar como seres humanos.
Distorção da realidade: Transformam a realidade de um terceiro naquilo que desejarem – o famoso “conceder desejos”

177. Fúrias

As Fúrias são criaturas da mitologia greco-romana. Os romanos conheciam como Fúrias enquanto os gregos chamavam as Erínias. Eram divindades femininas do Submundo, que personificava a vingança e a raiva das pessoas que morreram prematuramente. Elas vagam na terra para punir as pessoas que juraram um falso juramento ou dando a retribuição à um homem injustamente assassinado. Seus números podem variar, mas geralmente atacam em grupos de três. Sua aparência é sempre horrível e varia em cada narração, embora haja traços comuns, como os olhos que pingam sangue e, geralmente, com asas de morcego que as ajudam a voar para concluir seu trabalho.

176. Raiju

Raiju é um criatura lendária na mitologia japonesa. Seu nome significa “besta do trovão”. Raiju tem um corpo composto de relâmpago. No entanto a forma final das trovoadas ou incêndios podem variar de um gato a um macaco ou até mesmo um lobo azul envolto em raios. Durante trovoadas, Raiju fica agitado e começa a pular em cima de árvores e edifícios. O demônio também gosta de descansar e dormir no umbigo de seres humanos. No Xintoísmo, o deus dos relâmpagos, Raijin, então tem que lançar raios ao demônio para acordá-lo, o que geralmente prejudica o ser humano também. As pessoas tentam evitar esse incidente dormindo de bruços durante uma tempestade.

CONTINUA EM BREVE NA PARTE 2….

Obs:. Para os leitores que entram em contato pedindo a continuação do post “50 histórias do lado negro dos icones pop’s”, em breve ele estará no ar, entretanto é necessário ter paciência pois é um post complicado de confeccionar, já que existem muitas versões da mesma história e nós sempre buscamos trazer à original ou mais de uma versão.